|| VINTE E NOVE - ONDE VOCÊ ESTÁ MATHIAS? - MILEY

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Assim que chegamos no abrigo, a tal Sabrina veio ao nosso encontro, ela parecia bem nervosa e quando cheguei quase bufando de ódio ela ficou a uma distância segura de mim. Nunca bateria em uma mulher mas a vontade me dominou com uma força sem igual. Ela nos levou até a direção do lugar. No caminho passamos por algumas crianças que sorriam e nos davam acenos animados. Eram todas lindas e só precisam de um lar. Um lar cheio de amor. De pessoas que os aceitem como são.

Na sala, após me sentar com meu namorado colado em mim, ela explicou que assim que os acomodou Mathias se fechou totalmente. Não falando ou olhando para ninguém. Ficou com o irmão no quarto designado a ele e não deixou levarem o bebê para o berçário como era regra no lugar. Que na hora da janta não quis comer e ficou muito perto da funcionária que deu de mamar para o irmão. Elas só deram falta deles quando uma funcionária foi verificar cada um seus quartos.

Pedi que fossem atrás do pai, pois talvez eles estivessem com ele. As palavras me sairam amargas mas era uma opção. Uma que não queria pensar. Sabrina nos informou que com a declaração de Mathias, as autoridades foram acionadas e que foram em busca de Sandro para mais esclarecimentos mas que também não foi encontrado.

A partir do momento que deixamos o abrigo, fui em busca deles. Tinham que estar em algum lugar. Olho para meu relógio de pulso e vejo as horas. Quase três da manhã e nada das crianças darem notícia. O desespero queria me dominar mas não deixei. Não posso surtar agora. Daren, Paul, Marcel, Carl e Dante se juntaram a nós em determinado momento da noite e agradeci com toda a minha alma. Nos dividimos indo cada um para um canto da cidade.

Ao passar por uma farmácia, vejo uma silhueta conhecida. Não penso, só paro o carro de qualquer jeito e salto correndo em direção a pessoa encolhida sob o toldo do lugar. A medida que vou me aproximando, mais meu coração se aquieta pois a certeza que são eles é muito grande.

- Mathias? - se vira e nossa quase caí de joelhos quando o alívio total se apoderou do meu corpo. - Jesus Cristo garoto! O que deu na sua cabeça para sair do abrigo assim? - digo exasperado.

- Miley, agora não! - James segura meu braço. Seriedade marca suas feições. - Fica aqui, vou falar com ele.

- Não!

- Sim! Faça o que eu digo pelo menos uma vez na sua linda vida!

Bufo tentando me acalmar. Posso sentir os cabelos brancos que cresceram em mim durante quase a madrugada toda, tamanha minha preocupação. Aceno meio a contragosto. De forma lenta, como se estivesse se aproximando de um animal ferido, James caminha até onde eles estão. Sem toca - lo, vejo quando trocam algumas palavras. Palavras essas que desejo com todo o meu coração ouvir mas falam tão baixo, que não é possível. O aceno rígido que recebe é o sinal de que virá conosco. Suspiro aliviado mas ainda estou com raiva. Por que ele deixaria o abrigo desse jeito? Matteo está bem?

- Seu irmão está bem? - digo quando estamos todos no carro. Meu namorado na direção comigo ao seu lado.

- Sei cuidar do meu irmão. - diz na defensiva. Não consigo segurar a risada curta e sem um pingo de humor que deixa meus lábios. Ela é amarga feito fel na minha boca.

- Sabe mesmo?

- Miley Sunders!

- O que? Eu só quero saber! - digo entre dentes. - Sabe o quanto eu fiquei preocupado porra? Passamos quase que uma noite inteira procurando vocês. Sem saber onde ou como estavam. - puxo meus cabelos e fecho meus olhos.

Ninguém diz nada por um tempo. Só ouvimos uma vez ou outra os resmungos fofinhos de Matteo que deve estar com fome. Nesse meio período, ligo para as pessoas que também estão ajudando a procura - los, dizendo que o achamos. Há muitos suspiros aliviados no processo.

VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora