|| TRINTA E QUATRO - PART I - O NOIVADO - MILEY

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- Tem certeza que pode ficar com ele mãe? - a mulher que me criou e que está aos poucos mostrando uma vontade enorme de mudar, revira os olhos para mim. Isso mesmo, a mulher de classe que comada um império com punhos de ferro, revira os olhos para o próprio filho.

- Tenho meu filho, eu criei dois filhos lembro?

- Mas mãe...- a risadinha ao meu lado me faz bufar. - Está rindo de quê?

- De você oras! Tão fofo! - aperta minhas bochechas, o ato formando um beicinho em meus lábios que logo é beijado suavemente por ele.

- Fofo? Mais tarde vou te mostrar quem é fofo!

- Estou ansioso. Agora deixa eu beijar um pouco mais essa criança linda! - o bebê de cabelos claros e olhos atentos o chama com sua mãozinha. Vejo - o enche - lo de beijos e depois o devolver para a sogra.

- Mãe se ele sentir febre me liga!

- Por que eu te ligaria menino? Eu sei lidar com uma criança febril.

- Eu não quis dizer isso ok? - passo a mão por meu cabelo.

- Quis dizer o que então? - uma sobrancelha se ergue.

- Nada! - James envolve meu braço com o seu e praticamente me arrasta até o meu carro. - Boa noite Lilian, tchau bebê lindo do meu coração.

- Tchau amor da minha vida! Papai te ama, qualquer coisa sua avó vai me ligar! - ela bufa e fecha a porta na minha cara. - Viu o que ela fez? Fechou a porta já minha cara!

- Ela fechou! Eu vi! - diz meio engasgado. Paro no caminho para o carro. O sol está se pondo e aceno para alguns dos meus vizinhos.

- Está rindo de mim?

- Não! - deixa escapar uma risadinha!

- Está sim!

- Amor, sua mãe sabe o que está fazendo! - diz um pouco mais sério agora. Abro a porta do carona para ele, deixando um tapa ardido em sua bunda. - Ahhh!

- Isso é por debochar de mim! - olhando por sobre o ombro, me envia um olhar mortal.

- Ainda hoje eu devolvo esse tapa!

Ocupo meu lugar no banco do motorista, espero que ele coloque o cinto de segurança e logo sua playlist inunda o ar no carro de forma baixa e convidativa. Não é preciso manter uma conversa sempre que estamos juntos, nossos silêncios também tem significado. Durante o trajeto nem sempre uso as duas mãos para dirigir, então faço questão de envolver seus dedos com os meus. E não consigo parar o insistente pensamento de que até o fim da noite um deles estará ocupado com o anel que comprei estando fantasiado meses atrás.

Me lembrar desse dia faz - me sorrir como um louco. Os funcionários do estabelecimento não sabiam como lidar comigo que tinha até um escudo de plástico do Capitão América, um sorriso matador em meu rosto e claro minha bunda estava maravilhosa naquela roupa. Mathias não sabia se ria de mim ou se ficava com vergonha de estar comigo. Um segurança talvez achando se tratar de um lunático, levava uma vez ou outra a mão a sua arma. Como se eu fosse subir no balcão de vidro do lugar e roubar as jóias que lá estavam.

Uma funcionária apenas pareceu me levar a sério e veio me atender com toda a simpatia que lhe cabia. Expliquei o motivo de estar vestido daquela forma e então fomos encaminhados até um local onde ela me ofereceu champanhe mas neguei aceitando uma água e meu filho também. Não demorou muito para eu escolher uma aliança de outro branco grossa como minha. Deixei o lugar feliz da vida e arrisquei fazer a dancinha esquisita de Hope. Não deu muito certo, quase caí na calçada e Mathias não sabia onde enfiar a cara.

VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora