Era início da noite quando acordei em uma cama de hospital, a garganta e boca secas e olhos inchados. As imagens de tudo o que aconteceu passam por meus olhos em fragmentos envoltos em terror e pânico. Instantaneamente lágrimas malditas e teimosas se juntam em meus maltratados olhos. Seguro o soluço que ameaça me denunciar que estou acordado. O quarto está mergulhado na escuridão e sinto que não estou sozinho.
- Sei que está acordado!
Fico em silêncio. Me recusando a falar com ele.
- Não vai poder me ignorar a toda a vida. - diz suavemente.
- Você deixou me drogarem! - murmuro com a voz pesada.
- Deixei pois foi necessário.
- Eu queria ver meu noivo! - replico como uma criança.
- Você não estava em condições naquele instante!
- Hum...
Me viro, sentindo o lençol se agarrar a um acesso que há em minha mão. A picada de uma dor miníma me arrepia por um instante.
- Onde meus filhos estão? - me sinto uma merda por me lembrar das crianças somente agora. Mas Deus, era tanta coisa na minha mente que me perdi um pouco.
- Com Rose! Suas amigas foram embora para tomar um banho mas vão voltar. Sua sogra está melhor e conseguiu ver o filho. - me sento muito rápido pouco ligando para a sombra de uma tontura que ousou se apoderar de mim. Alegria real se alastrando por minhas veias.
- Ele está acordado?
- Infelizmente não meu filho. - no silêncio que se segue consigo distinguir fielmente o som exato do meu coração se estilhaçando.
- Eu quero ir até ele! Por favor pai! - o som do farfalhar de tecido é ouvido.
- Feche os olhos.
- Por que?
- Você dormiu o restante da tarde e início da noite, a luz forte vai ferir seus olhos.
Faço o que ele pede. Escuto um clique suave e mesmo através de minhas pálpebras posso ver que a luz clara inunda o quarto nesse instante.
- Pode abri - los, vou chamar uma enfermeira.
- Tudo bem! - Não demora muito para que ele retorne acompanhado de uma mulher de estatura alta, cabelos loiros presos em um coque baixo, sorriso sincero em seu rosto e mãos ágeis para me livrar do maldito soro. - Obrigado.
Coloco meus sapatos sob o olhar fixo dele e aliso minhas roupas como se eu fosse ir a um encontro muito especial. E de certo modo é. Vou encontrar com aquele que me ama como sou e nunca pediu que eu mudasse. Estou pronto para encontra - lo ainda que ele esteja preso a uma cama de hospital e nem previsão de quando vai acordar. No caminho em direção até o andar onde ficam as UTI's passamos por tantos corredores que estava começando a perder a paciência. Mas então tivemos de embarcar em um elevador.
Ao contrário dos ambientes anteriores, aqui é praticamente escasso de pessoas a não ser médicos ou enfermeiros. O ar parece também mais frio. Esfrego meus braços enquanto uma enfermeira me direciona até uma sala onde me entrega as roupas que tenho de usar no quarto.
- Você tem dez minutos ok?
- Tão pouco tempo. - sinto meu coração vacilar.
- É o protocolo.
Olho para meus pés, tentando forçar minhas pernas a se moverem. Puxo com força o ar para meus pulmões. Passo as mãos por meu rosto e tento sorrir para ela que, toca meu braço.
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VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
Roman d'amourPlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...