Mesmo após deixarmos a ala das crianças, as palavras de James ressoam entre meus pensamentos nebulosos. Seria eu tão cego que não vi minha amiga, a mulher que cuidou de mim após o coma, desenvolver uma paixão por mim? Ou eu dei esperanças inconscientemente? São tantos cenários. Mas nunca escondi dela minha vontade de reatar com meu agora namorado.
Olho para nossas mãos juntas e sorrio, pois é isso que tanto desejei desde o primeiro momento que o vi. Eu tive medo. Muito medo. Fodi as coisas entre nós mas agora estou tendo a chance de acertar as coisas entre nós e vejo que terei de conversar com Mary.
- Acho que vou conversar com Mary. - digo quando chegamos a recepção.
- É o certo a se fazer. - encosta o rosto em meu braço. Deixo um beijo demorado na lateral de sua cabeça, aspirando no processo seu perfume. Me dando conta do quão sortudo sou.
A nossa frente, avistamos Mary que se demora nos observando. Há algo em seus olhos que não consigo decifrar.
- Eu vou esperar aqui tudo bem?
- Tem certeza?
- Tenho, eu estando com você não vai ajudar em nada. A mulher claramente não gosta de mim e não quero constranger ninguém. - uma careta estraga seu bonito rosto.
Caminho até onde ela está, a recepção está com pouco movimento hoje. O que me ajuda a me aproximar dela, pegar em seu cotovelo levemente e ela se deixa levar para um canto com menos barulho. Estamos frente a frente, e é como se eu véu fosse tirado de meus olhos. Ou realmente, a mulher que considerei minha amiga, está verdadeiramente mostrando seus reais sentimentos por mim. Passo a mão por meus cabelos engolindo em seco. De repente as palavras me faltam e tento organizar meus pensamentos.
- Mary...por que não me disse nada? - ela cruza os braços rente ao corpo magro.
- Faria diferença? - rosna baixinho. Seus olhos queimam com raiva.
- Faria. Acredite, se eu soubesse essa conversa iria acontecer muito mais cedo. - digo o mais levemente possível.
- Conversa? Isso é um ultimato! Aposto que foi ideia daquele cara!
- Não, não foi. Fui eu quem quis conversar com você. - suspiro profundamente. - Eu quero pedir desculpas se eu lhe dei algum tipo de esperança. - toco seu ombro. Ela tem lágrimas nos olhos. - Desculpa, eu não queria fazer você chorar!
- Não é culpa sua! - sua atenção se volta para os pés calçados em sapatos brancos. - É muito fácil se apaixonar por você Miley.
Quero me aproximar para lhe abraçar, mas não faço. Ela precisa do espaço dela e comigo nele, só vai deixa - la ainda mais confusa.
- Eu nem sei o que dizer.
- Não diga nada! - sussurra. - Eu cheguei primeiro, aquele homem não tem o direito de me roubar você. - sinto meus olhos se arregalarem. Dou um passo para trás.
- Mary...eu sempre amei James. Até quando estávamos nos evitando deliberadamente, meu coração sempre foi dele e sempre vai ser. - sinto meu coração se apertar por ver que as palavras a atingem em cheio. Mas preciso ser sincero. Não quero mais mentiras na minha vida. - Eu sou muito grato por você ter estado lá para mim quando precisei. Tive sorte por ter uma enfermeira particular tão simpática. Mas foi só isso. Eu não posso dar algo meu que já pertence a outra pessoa.
- Ele não te merece! - suas palavras me enchem de raiva. Mas então sorrio.
- Eu não o mereço Mary! Mas ele me aceitou de volta, não vou perder isso. Eu peço...-uma agitação perto de nós chama a minha atenção e nem termino minha frase. Pois eu conheço muito bem aquelas costas largas.
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VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
RomancePlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...