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Eu e Nathan saímos na quarta e pelo resto da semana. Claire ficou chateada comigo por não ter ido ao cinema com ela e Tyler na quarta, mas eu já tinha percebido o clima entre os dois, e estava decidida a juntar eles, já que eles faziam um casal muito lindo. Acho que esse foi o primeiro passo.

Mas, voltando ao Nathan, ele realmente era muito legal. Conversávamos por celular, na escola e saíamos algumas vezes.

Ele pareceu bem interessado em mim, o que era recíproco. No sábado à noite, minha mãe havia saído pra um bar com o pessoal do novo trabalho dela, Claire e Tyler tinham saído juntos (segundo eles, como amigos) e eu tinha ficado em casa.

Decidi então ligar pro Nathan, já que não havia nada melhor pra fazer. Na verdade, ele já havia perguntado se podia me ligar, mas eu inventei uma desculpa, por achar que eu estaria incomodando, ou então que alguém poderia brigar com ele pelas horas que passávamos juntos no telefone.

Espero que ele ainda queira falar comigo, já que se eu ficasse sozinha minha mente começaria a inventar coisas.

Procurei seu nome nos meus contatos do telefone e liguei. Uma, duas, na terceira vez ele atendeu.

- Oi, gatinha — ele disse com uma voz que parecia de sono.

- Oi, desculpa se eu te acordei. Minha mãe estava em casa, não podia ligar naquela hora. Espero que você não tenha ficado chateado.

- Tá tudo tranquilo. Então, quer dizer que agora você tá sozinha? — ele pareceu sorrir do outro lado da linha.

- Basicamente, sim — disse com uma risada.

- E se eu fosse aí e te buscasse, te mostrasse meu lugar favorito da cidade, e a gente comesse algo ? Acho que seria melhor que ficar sozinha.

Minha cabeça entrou num leve estado de pânico. Eu sabia que ele tentaria algo. Ele veio investindo em mim todas as vezes que saímos, mas sempre em lugares públicos, então eu desconversava, mudava o assunto, levava a conversa pra outro rumo.

Agora, sozinha com ele, não sei o que poderia acontecer. E era exatamente disso que eu tinha medo.

- Tenho que cuidar de umas coisas antes que minha mãe chegue.

- Relaxa, Anna, eu te deixo aí antes dela chegar. Mas, eu entendo se não quiser companhia, principalmente a minha. Tchau, desculpa incomodar.

Eu e meu poder maravilhoso de estragar tudo. Minha mente só pensa besteiras, o que de mal poderia acontecer?

E, se acontecesse algo, eu não era mais uma criança, sabia me defender. Ele podia mesmo estar querendo me fazer companhia, e eu aqui dispensando uma pessoa maravilhosa por causa de besteiras da minha cabeça.

Eu já era nova na cidade, já não tinha amigos, odiava ficar sozinha e ele parecia legal, apesar de dar muito em cima de mim. O que eu poderia perder?

- Nathan, não desliga — disse — Desculpas. Olha, sou nova aqui na cidade, não tenho muitos amigos e não sou sociável. Você pode me buscar aqui, se quiser, ou eu vou aí... Não sei.

- Eu vou aí. Não quero uma pessoa linda como você andando sozinha por aí na rua. Ainda mais à noite. Me passa o endereço por mensagem, e já chego aí.

- Tá bom, vou desligar e te passar o endereço então. Tchau, te vejo daqui uns minutos.

- Te vejo daqui à pouco.

Desliguei. Eu não me sentia nem um pouco mais calma, sentia que algo iria acontecer naquela noite. Mas deveria ser coisa da minha cabeça, já que haviam acontecido tantas coisas ruins que ela já estava em estado automático de alerta.

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