𝟸𝟻

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Ainda na tarde daquele dia — após pensarmos em algo milimetricamente perfeito e infalível — decidimos botar o plano em prática.

Akira pediu a ajuda de alguns amigos que trabalhavam nas "forças especiais" (que depois descobri serem policiais que trabalhavam em Las Vegas e estavam apenas de férias em Cookeville) e montamos uma mini-operação. Obviamente, tudo por nossa conta.

Carlos me explicou que talvez se conseguíssemos pegar Victoria, a polícia iria reconsiderar a nossa atitude por conta própria, já que eles mesmos não iriam poder fazer muita coisa sem as pistas que temos.

Eram 4 da tarde quando fomos — Akira, Carlos e eu no carro de Carlos e o resto do pessoal em mais 2 carros separados — até o Hidden Hollow Park.

Estacionamos em pontos estratégicos de saídas, onde poderíamos ter a visão se caso ela fugisse. Ficaria uma pessoa em cada ponto de estacionamento e as outras iriam cercar a cabana para que não houvesse escapatória.

Meu coração estava explodindo de ansiedade e excitação. Eu fiquei como uma das pessoas que iriam se aproximar mais da casa, já que eu conhecia melhor o lugar.
Pra o meu cérebro, estar ali era meio esquisito. Parecia um lugar de paz e sossego, e do nada era alvo de algo como isso. Eu não conseguia explicar o que eu estava sentindo. Eram emoções mistas.

Descemos do carro fazendo o mínimo de silêncio possível. Akira ficaria naquele ponto e eu e Carlos iríamos entrar. Obviamente eu não iria conseguir ir sozinha. Entramos, então, e novamente minhas emoções fervilhavam dentro do meu peito. Carlos segurou minha mão e fez um gesto com a cabeça, indicando que iria ficar tudo bem. Sorri e assenti.

Avistei a cabana e meu coração acelerou. Vi um vulto lá dentro, indicando que realmente tinha alguém. Porém essa pessoa parecia não estar sozinha, tinha mais alguém lá.

- Acho que tem mais alguém lá dentro, tá uma agitação e não consigo ver direito — sussurrei pra Carlos.

- Vamos nos aproximar mais — ele me respondeu.

Fomos mais pra perto e de repente a porta abriu. Vi os outros "agentes" ao longe ao redor da casa e eles fizeram uma cara confusa. Victoria desceu as escadas e sorriu ao nos ver. Naquele momento meu cérebro virou um enorme ponto de interrogação. Ela parou bem no meio da clareira que existia ali e deu de ombros.

- Achei que vocês não iriam me achar nunca — ela riu.

- A gente já sabe que foi você que aprontou tudo aquilo com a Anna. Você botou fogo no hospital psiquiátrico, sua sádica. — Carlos disse com a voz meio magoada e triste.

- Eu avisei você pra ir embora — Victoria me olhou com olhos de raiva — Você vai se ferrar bastante por não ter me ouvido.

Os outros foram até ela e a algemaram. Victoria não demonstrou resistência em nenhum momento, parecia até calma o bastante.

Carlos agradeceu os agentes e eles disseram que pensariam que seria mais difícil — provavelmente fazendo piada.

Carlos levou Victoria até o carro de Akira.
Victoria fez uma cara de confusa e assustada ao ver Akira. Ele retribuiu com uma cara de pena ou talvez compaixão. O olhar entre eles parecia tão caloroso.

- Eu devia ter adivinhado que seria você — ela disse baixo — Sempre foi tão inteligente. Duvido que tenha sido difícil.

- Você quis que eu te achasse. Não daria tanta bobeira assim se não tivesse certeza —, Akira suspirou.

Victoria assentiu e sorriu meio boba.

- Na verdade eu queria que fosse você que me achasse, de certa forma.

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