𝟷𝟶

69 31 1
                                    

Senti meu corpo esfriar e comecei a tremer novamente. Meu celular começou a tocar e era um número privado. Não atendi, ele tocou de novo. Desliguei meu celular e escondi em baixo da almofada do sofá.

Peguei meu casaco e botei a foto no bolso. Saí de casa e tranquei a porta. Comecei a correr, não sabia pra onde ia. Minha cabeça começou a girar novamente, meu corpo começou a ficar pesado. Aquela sensação era horrível, eu sentia meu corpo dar descargas altíssimas de adrenalina, era como se eu estivesse em estado de alerta e totalmente perdida.

Olhei pra trás pra ver se tinha alguém me seguindo ou algum flash de câmera fotográfica pra saber onde diabos a pessoa que estava tirando essas fotos estava, e esbarrei em alguém. Caí no chão igual papel e senti que meu braço acabou se ferindo.

- Tá tudo bem com você? — era uma voz masculina, bonita.

- Eu preciso de ajuda — disse chorando.

- Calma, tem alguém em perigo? O que tá acontecendo?

- Eu tô em perigo — as lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto.

A pessoa a minha frente tinha mais ou menos a minha idade. Seu cabelo era de um tamanho médio, mais ou menos até a altura do queixo. A luz do poste iluminava ele. Seu cabelo era castanho e liso, sua pele branca. Era mais alto que eu. Ele estendeu sua mão e eu peguei, me levantando. Seus olhos pareciam gelo de tão azuis que eram.

- Onde é sua casa ? — ele perguntou.

- Eu não posso voltar pra lá, não mesmo. Por favor, não me leva pra lá. Me leva até a polícia.

- Tá bom. Vamos até a minha casa, pegamos meu carro e te levo lá.

Assenti. O homem foi na frente e fui seguindo ele. Sua casa ficava do outro lado da rua, perto da minha. Talvez umas 4 casas a frente. Era com certeza mais bonita que a minha. Tinha uma pintura azul pastel e uma bandeira americana na frente, o que é bastante comum aqui. Seu carro era um Audi A5 branco, com uma pintura impecável.

- Espera aqui. Vou pegar as chaves. — ele entrou em sua casa.

Fiquei em alerta olhando para todos os lados, pra ver se conseguia observar atentamente se alguém estava me vigiando. A rua era cheia de moitas e árvores entre as casas, então era fácil se esconder.

Basicamente atrás das casas davam pra floresta, do lado que fica a casa dele.
Ouvi o barulho do carro dele destravar e ele apareceu na porta.

- Entra aí, vamos lá.

Entrei do lado do passageiro e ele foi até o lado do motorista, ligou o carro e deu a partida, pegando o caminho da direita, que dava mais pro centro da cidade. Ficamos em um silêncio desconfortável e encostei minha cabeça no vidro.

- Como é o seu nome? — ele perguntou, quebrando o silêncio.

- Anna, e o seu?

- Carlos. Você se mudou agora? Eu morei aqui um tempo antes de ir pra Inglaterra e não lembro de você por aqui.

- É, eu me mudei faz algumas semanas. Vocês já tiveram relatos de algum maníaco por aqui pela cidade?

- O pessoal daqui é meio doido por natureza, mas não acho que seja tão grave assim. Por quê a pergunta?

Peguei no meu bolso a foto e mostrei pra ele. Carlos desviou seus olhos do volante alguns segundos e voltou a focar no caminho novamente.

- Essa é você ? — ele perguntou.

- Sim. Hoje de manhã chegaram algumas fotos minhas pelo correio, como se alguém estivesse me observando. Misteriosamente, essas fotos sumiram quando mostrei pra um amigo...— pensei um pouco — Ei, você tá vendo essa foto? Isso significa que não sou louca e que eu estava falando a verdade.

Starboy Onde histórias criam vida. Descubra agora