𝟷𝟾

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Passaram-se algumas semanas desde aquele dia. Minha relação com Carlos só melhorava, com minha família também.

Havíamos começado a namorar e tudo estava perfeito, eu nunca mais tinha ouvido nada do Logan e tinha evitado ver ele na escola. As perseguições pararam e eu pude entender que era ele a razão de tudo.

Mas ainda faltava entender quem estava fazendo aquilo.

Era uma sexta-feira, eu não tinha ido pra escola e percebi que precisava de um tempo. Fiquei a manhã inteira com Carlos, mas naquela tarde eu me sentia mal. Meu dia tinha sido ótimo com ele, e eu sentia que tudo estava bem, mas parecia que faltava algo.

Peguei um táxi para Hidden Hollow Park e eram 17h. O motorista estranhou eu estar ali naquele horário, mas eu nem me importava mais. Eu só precisava ficar um tempo sozinha, ter um tempo pra mim. Queria entender por quê eu sentia que estava tudo errado se eu estava em paz.

Paguei o motorista e desci do carro arrumando a bolsa que eu tinha levado nas minhas costas. Planejava passar um tempo onde eu iria.

Comecei a adentrar na floresta, procurando a cabana onde Logan havia me levado. Já faziam semanas que eu não ia lá, mas eu sabia que era o lugar onde eu podia descontrair, pensar e talvez encontrar a razão dos meus pensamentos de aflição.

Achei a casa, que estava com a relva por cortar na frente. A brisa era ótima, o dia estava perfeito.

Subi as escadas da frente e entrei. Era totalmente confortável e a sensação de estar ali era muito gostosa.

Finalmente sozinha e respirando um pouco, diante do sufocamento dos últimos dias.

Peguei um livro na minha bolsa e deitei na cama que tinha ali, começando a ler. A paz daquele lugar recarregava demais as energias.

Na semana seguinte era a formatura, e eu estava nervosa pois ia fazer o discurso de formandos. Deixei o livro de lado e comecei a pensar no que dizer, ensaiando pra aquilo e tentando deixar o meu nervosismo de lado.

De repente a porta abriu e meu coração disparou de susto. Era uma pessoa que eu jamais imaginaria ali.

- Oi, Anna — Logan disse. Estava com um semblante meio abatido e cansado. — Desculpa incomodar você, mas acho que eu precisava desse lugar também.

- Certo, eu tô indo embora então — disse levantando da cama.

- Não, fica, por favor. — ele veio até a cama e se sentou do meu lado — Eu preciso falar com você.

- Então agora você resolveu falar? — fiz questão de encher minha fala de sarcasmo — Acho que é bem tarde pra eu te ouvir.

- Não, olha...Queria te dizer que o seu namorado não é quem você pensa que é. Eu tô bastante preocupado com você.

- A única pessoa que não é quem eu achava que era é você. Para de inventar coisas, eu não sou tão boba a esse ponto. Pelo menos, não mais. Se você estivesse preocupado comigo, não teria me deixado.

- Eu sei que você tem todos os motivos do mundo pra duvidar de mim, mas acredita. Só dessa vez — ele suspirou — É ele que tá me impedindo de falar com você. Disse que se eu não me afastasse, ele ia contar pra minha mãe sobre eu ser suspeito de ter matado a Júlia.

- Ele não é assim — levantei da cama — Você é doente, é maluco. Carlos me mostrou seu laudo médico. Você foi internado na Clínica Psiquiátrica com sintomas de psicose.

- Eu nunca fui internado, isso é mentira. Ele que foi internado, você pode ir lá e confirmar se quiser. A família dele tem histórico de transtornos psicológicos. Carlos é um doente.

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