𝟸𝟼

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Chegamos na casa de Akira. Victoria e ele foram calados o caminho inteiro, assim como eu e Carlos. Eu estava basicamente no mesmo carro que a pessoa que estava fazendo da minha vida um inferno está.

Eu já disse, nada é muito normal nessa cidade.

Saímos do carro e Akira foi o tempo todo meio que protegendo Victoria, segurando ela. Seu rosto parecia desolado e inexpressivo.

Entramos na casa, todos juntos, e Victoria sentou no sofá. Ela ainda estava algemada. Sentei com Carlos no sofá na frente dela e fiquei a encarando. Akira sentou do seu lado e pegou na sua mão, em sinal de proteção. O silêncio entre a gente estava meio constrangedor.

- Victoria, eu preciso saber o porquê você fez isso — olhei pra ela.

- Eu só quero proteger você do que está por vir, você é uma boa pessoa. Quis apenas que você fosse embora — Victoria suspirou.

- O que está por vir? — Carlos perguntou.

- Eu não posso contar. Estou disposta a pagar pelo que fiz, metade de tudo foi só pensando em mim. Eu inventei a história sobre o Carlos pra você se afastar dele, mas não por mim. É...Por outra pessoa — ela parecia querer chorar.

Akira virou o rosto dela pra que eles se olhassem. Victoria ficou o encarando por alguns segundos, até que ele respirou fundo.

- Você sabe que pode me contar, não é? Todo mundo aqui quer o seu bem, tenho certeza. A Anna só tá assustada por tudo o que aconteceu, ela não quer vingança nem nada — Akira me olhou pedindo confirmação e eu assenti.

- Eu posso te contar, Akira. Mas você não pode contar. Quando você souber, vai entender — Victoria parecia assustada.

Akira assentiu e eu revirei os olhos. Os dois foram para uma parte mais afastada, onde ficavam os quartos, e eu fiquei na sala com o Carlos.

Ele abriu os braços e eu o abracei forte, pedindo só que tudo aquilo parasse. Carlos entendeu e ficou fazendo um carinho no meu cabelo, o que me confortava bastante — e ele sabia.

- Se você quiser, a gente pode passar uns dias fora. Sei que vai ser complicado porque você tá quase se formando, mas vai ser bom. Acho que 3 dias bastam — ele disse pra mim.

- Eu adoraria. Poderíamos visitar o meu pai em Las Vegas, ter um pouco de paz. Já não sei se vou conseguir ficar aqui nessa cidade sem surtar. — suspirei.

- Tô preocupado com o que a Victoria disse. Talvez seja verdade, tô com medo do que possa acontecer.

- Com certeza o Akira vai nos dizer o que ela tá escondendo, e a gente vai conseguir se preparar. Tá bom? — beijei ele.

Akira voltou, estava com uma cara de susto e ao mesmo tempo de preocupação extrema. Victoria não voltou com ele.

Ele sentou no sofá e começou a ponderar, talvez pensando no que dizer. Olhei pra ele, questionando. Carlos também parecia apreensivo, seu coração estava meio rápido demais.

- Eu não posso contar, eu prometi. Mas Anna, cuidado. Vou ajudar no que precisar, qualquer movimentação estranha você pode me avisar. Mas a vida da Victoria tá no meio disso também. — Akira disse.

Revirei os olhos novamente e comecei a realmente ficar mais preocupada. Não daria pra simplesmente viver um dia de paz? Quando eu achava que iria tudo acabar, simplesmente tudo piorou.

- Ela sabia que o Carlos iria me chamar e queria ser achada por mim, eu vou cuidar do caso dela judicialmente. Não posso deixar ela desde jeito.

- Você vai proteger a Victoria por amor ? — Carlos questionou — Sei que quando fui embora, eu pedi pra você cuidar dela. Mas não nesse ponto. Não pra passar pano quando ela estiver errada.

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