Starboy

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As últimas duas semanas foram tranquilas. Minha relação com o Logan melhorou bastante, eu já estava mais adaptada em Cookeville e o Nathan havia simplesmente desaparecido do mapa. Pelo menos eu, nunca mais tinha visto ele.

Minha relação com minha mãe e com a Claire estava ótima, e eu talvez tinha me acostumado com a vida tranquila da cidade.
Na sexta, minha mãe foi visitar alguns parentes nossos em Las Vegas. Então, no sábado de manhã eu acordei na maior paz do mundo. O dia estava realmente lindo, ensolarado e sem nenhum sinal de chuva.

Levantei da cama, tomei um banho e desci as escadas pra tomar café. Na porta, tinham algumas cartas. Peguei elas e botei na bancada, enquanto pegava um pouco de café.

Deixei a xícara do meu lado e comecei a olhar os destinatários das cartas, já que algumas vezes o carteiro por algum motivo deixava cartas erradas pra a gente.

Uma das cartas não tinha remetente, e estava escrita com letra de forma: "Para Anna Bradford". Era estranho, eu ainda não tinha feito nenhuma compra na cidade, então não tinha como ser nenhuma cobrança. Talvez a minha mãe já tenha alterado nossos endereços e as cartas de Las Vegas começaram a chegar aqui. Mas, por quê a letra de forma?

Abri a carta e percebi que eram fotos. Fotos da frente da minha casa, fotos da minha mãe, fotos minha com o Logan, com a Claire e o Tyler. E todas elas tiradas de longe, como se alguém me observasse.

Meu coração disparou e a ansiedade começou a me atacar forte. Subi as escadas correndo e, já sem ar, entrei no meu quarto, pulei na cama e liguei pra Logan. Ele só foi atender quando eu já estava quase desistindo.

- Oi Anna, eu ainda tava dormindo. O que você faz acordada tão cedo?

- Logan, você precisa vir correndo pra minha casa, por favor, vem agora. Não dá pra explicar, só vem.

- Tá bom, se acalma. Controla a respiração, eu já tô indo.

Ele desligou e eu deixei o celular na cama. Fiquei deitada olhando o teto, minha respiração não normalizava e meu coração só conseguia bater forte ao ponto de quase sair do peito.

Comecei a sentir meu corpo esfriar, com certeza era uma super crise de ansiedade. Minhas mãos tremiam e eu precisava me controlar.

Quem estava fazendo isso? O Nathan? Ele sumiu desde que veio na minha casa, e ninguém soube mais dele. E o aviso que ele tinha me dado...Foi uma ameaça dele próprio ou ele realmente estava tentando me alertar de algo?

Minha cabeça começou a girar e meu corpo ficou pesado demais, não tinha forças pra levantar. Os minutos foram passando e eu só conseguia ficar paralisada ali.

- Anna ? — Logan abriu a porta do meu quarto — Meu Deus, você tá pálida, o que diabos aconteceu?

Eu nem conseguia falar. Ele sentou do meu lado na cama e segurou meu corpo, me abraçando.

- Se acalma. Respira fundo e vai soltando, controla a respiração. Você quer água?

Neguei com a cabeça e fiz o que ele havia pedido. Em alguns segundos, eu já conseguia falar melhor.

- Logan, preciso que vá até lá em baixo e pegue uma carta que é pra mim. Ela já tá aberta, pega tudo o que tem dentro dela e volta.

Ele assentiu e saiu do quarto. Ouvi seus passos na escada e lá embaixo. Passaram-se alguns segundos e nada.

- Anna, aqui não tem nenhuma carta pra você. — ele disse.

Levantei no susto e fui até lá embaixo em passos rápidos, descendo as escadas com as pernas querendo falhar.

- Claro que tem, eu deixei aqui — apontei pra um lugar na bancada, mas só tinha minha xícara de café e as cartas pra minha mãe.

- Eu acho que você tá sonhando — ele riu.

- Claro que não, seu idiota. — gritei, já ofegante novamente — Eu deixei a carta aqui.

- Tá bom, Anna, e o que tinha nessa carta?

- Fotos nossas, fotos da minha mãe, fotos da frente da minha casa. Como se alguém estivesse me observando e tirando essas fotos. — sentei na cadeira e passei a mão no meu cabelo — Que merda.

- Olha...tem certeza que não foi um engano? Não sei, você só imaginou isso. Pode ter acontecido.

- Logan, você não acredita em mim? É sério? Eu não tô alucinando. Por favor, sai daqui.

- Eu não vou te deixar, só te fiz uma pergunta. Olha seu estado, sem condições de ficar sozinha. Pelo menos se acalma, e eu vou embora. — ele sorriu meio sem jeito.

Logan levantou e foi até a geladeira pegar um copo de água, depois me deu. Bebi um pouco e aquilo pareceu me acalmar um pouco mais.

- Obrigada. Desculpa o surto, só fiquei assustada, realmente assustada. Antes do Nathan sumir ele disse que era pra eu ter cuidado com as pessoas que eu andava...E eu acabei dando ouvidos. — suspirei.

- Anna, ele disse isso pra te afastar de mim. Você é bonita e gentil, ele é um otário. Com certeza se arrependeu de ter feito o que fez com você. Ele só quer te aterrorizar, para de cair nessa. Eu tô do seu lado. — Logan pegou na minha mão e eu sorri.

Levantei e abracei ele forte. Ele também me abraçou e aquilo me deu segurança.

- Para de ter medo, tá comigo tá com Deus — ele riu.

- Tá bom, senhor — ri também — Eu tenho que sair depois. Preciso comprar algumas coisas pra cá. Obrigada por me acalmar.

- Precisando, é só chamar.

Sentamos na mesa e pelo menos consegui comer alguma coisa. Acho que não era bom eu ficar sozinha, e aquela companhia que eu tinha agora ela a melhor que alguém poderia ter.

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Logan passou o dia inteiro comigo e só foi embora quase de noite. Minha mãe me ligou e disse que ia ter que passar a semana por lá, já que eram realmente muitas coisas pra resolver pendentes, mas acho que eu ficaria bem agora.

De noite, eu estava vendo série sentada no sofá da sala. Estava tudo razoavelmente calmo e eu tinha comprado algumas besteiras pra comer. Logan tinha um compromisso e a Claire estava num encontro com Tyler. Como aquele era meu único círculo de amigos, eu tive que ficar sozinha mesmo.

Olhei no visor do celular e já eram 23:30. Comecei a sentir sono e abaixei um pouco o volume da televisão. Estavam sala e cozinha escuros, pra eu ter uma visão melhor. Meus olhos estavam quase fechando, quando ouvi batidas.

Eram batidas não muito fortes, que se eu não tivesse abaixado o volume, não teria ouvido. Me sentei e entrei em estado de alerta. As batidas vinham da porta de casa. Olhei e vi jogarem um papel branco, que caiu virado pra baixo.

Levantei e fui até lá. Peguei o papel e era outra foto. A foto era minha. Vendo séries no sofá da sala.