𝟸𝟶

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Naquela mesma noite, pedi pro motorista me deixar na casa de Carlos, eu queria fazer uma surpresa pra ele e a gente precisava conversar sobre o que eu tinha descoberto.

Cheguei em frente da sua casa e bati na porta. Ele abriu, meio sonolento - óbvio, eram 2 da manhã - e deu um sorriso cansado ao me ver.

Seu cabelo estava bagunçado e ele usava uma blusa preta e calça moletom cinza, estava de meias. Aquela era a coisa mais linda que eu já tinha visto, uma visão perfeita.

- Oi meu amor, o que faz aqui essa hora? - ele perguntou afastando pra que eu entrasse.

Entrei em silêncio e de cabeça baixa. Carlos fechou a porta e virou pra mim, com um olhar curioso. Eu sei que precisávamos muito conversar, porque a minha ansiedade não me deixaria dormir sem ter aquela conversa antes.

- Eu acabei de voltar do centro psiquiátrico.

- Anna, o que você fazia lá essa hora? Tá tão tarde, você tá bem?

- Sim, eu tô. Você mentiu pra mim sobre o Logan, não foi? - suspirei.

- E por quê eu mentiria ? - Carlos revirou os olhos.

Aquilo realmente não fazia sentido. Ou talvez fazia.

- Por vingança pela morte da sua irmã. Eu sei que você gostava dela, soube que teve um incêndio e você acabou indo parar no centro psiquiátrico pra proteger ela.

- Quem te contou esse absurdo ? - Carlos franziu a testa.

- Isso não é verdade ? - olhei ele.

- Obviamente, não.

Victoria tinha mentido então?

Sentei no sofá e passei a mão pelos meus cabelos. Carlos sentou do meu lado, pegou na minha mão e me olhou. Olhei nos olhos dele também e desviei o olhar pra frente.

- Anna, eu sei que você está desconfiada e eu entendo isso. Mas eu sou alguém que você pode confiar, qualquer dessas histórias que falem são falsas. Eu vou te contar a verdade sempre.

- Me desculpa ter desconfiado de você. Me desculpa mesmo, eu fiquei tão mal por isso. Só queria saber se você tava realmente falando a verdade, espero que emtenda mesmo.

Carlos assentiu e me abraçou. Abracei de volta e, naquele momento, o seu cheiro era o que me dava paz. Ele passou as mãos pelas minhas costas e me afastei um pouco para olhar nos seus olhos.

Iniciamos um beijo lento e calmo, que teria dado em algo mais se meu telefone não tivesse tocado.

Separei nossos lábios e olhei quem me ligava. Número desconhecido, mas vi que era o Logan. Devia ser besteira.

Coloquei o celular de lado e me sentei no colo de Carlos, voltando de onde tínhamos parado. Suas mãos percorriam a minha cintura, procurando a barra da blusa que eu usava e novamente o telefone tocou.

- Que merda, Anna - Carlos sussurrou entre meus lábios.

- Eu vou atender - levantei com as pernas meio dormentes.

Peguei o telefone, fui para a cozinha e atendi. Era meio estranha aquela ligação, mas era hora de eu botar um fim de vez na minha história com o Logan.

- Anna ? - sua voz estava em prantos.

- O que foi, Logan? - perguntei indiferente.

- Eu preciso da sua ajuda, não me sinto bem. Acabei de saber que teve um incêndio na Clínica Psiquiátrica.

Aquilo era horrível demais. Eu estive naquele lugar faziam algumas horas e isso não tinha nem sinais de acontecer. Com certeza era uma história inventada.

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