𝟷𝟽

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Acordei às 7 da manhã, praticamente não dormi. Eu continuava com sono.

Levantei da cama e fui direto tomar um banho. Minha cabeça ainda estava doendo, desde que eu tinha ido dormir. Meus olhos estavam inchados e eu tinha um pouco de olheiras aparentes, pelo que vi no espelho.

Passei um corretivo leve pra esconder e estava tudo perfeito.

Saí do banheiro, vesti meu jeans azul e blusa de banda e minhas botas cano baixo. Era um dia bastante frio, já depois que cheguei em casa, caiu uma chuva bastante forte. Pensei em ficar em casa naquele dia, mas como já estava em reta final na escola, não era bom ficar faltando muito.

Minha mãe foi até meu quarto e sorriu ao me ver, ela usava um roupão rosa e pantufas de bichinho. Seu cabelo castanho-claro estava amarrado em um rabo de cavalo e ela tinha uma xícara azul na mão.

- Achei que você ainda estivesse dormindo, já estava vindo te acordar. Vamos tomar café - ela sorriu.

Assenti e segui ela pelo corredor, descendo as escadas. O café já estava pronto na cozinha, senti de longe o cheiro de panquecas. Sentei na cadeira e ela me serviu panquecas com chocolate em um prato.

- Essas panquecas são as melhores coisas da vida - disse comendo.

- Sabia que eram as suas favoritas. Você por acaso tá usando corretivo? - ela sentou à mesa.

- Sim, acordei com olheiras...Meus olhos também estavam inchados. Achei melhor usar um pouco.

- Você precisa dormir melhor, Anna. Tem que parar de sair de madrugada de casa. - ela riu - Aliás, eu quero conhecer o Carlos. Trás ele aqui hoje.

Deixei o prato de lado e encarei a minha mãe. Ela estava com um sorriso divertido no rosto. Ok, aquilo não era esperado.

- Eu acho que ele não vai querer vir...

- Ah, por quê não? Ele parece gostar tanto de você.

- Ele mal me conhece, eu esbarrei com ele na rua e infelizmente ele era irmão da Júlia e aconteceu esse circo todo.

- Pra mim ele só quer te proteger, e eu também quero. Tem coisa melhor que isso?

Pensei um pouco. Ele era realmente bastante gentil e protetor, eu gostava do jeito dele. Mordi o lábio, pensativa, e suspirei.

- Tudo bem, mãe. Eu trago ele aqui hoje...

- Ótimo, quer que eu leve você na escola?

- Não, o ônibus tá pra passar. Eu vou indo. Obrigada pelo café, eu realmente estava com saudades - dei um beijo na bochecha dela.

Levantei, passei da cozinha para a sala e peguei a minha bolsa que estava tradicionalmente pendurada ao lado da porta.

Acenei pra minha mãe, que me jogou um beijo. Saí de casa e sentei nas escadas que estavam lá na frente para esperar o ônibus escolar.

Percebi que tinha esquecido meu celular e entrei correndo em casa pra buscar. Ouvi o barulho do ônibus passando e corri pra fora, mas ele já tinha ido embora.

Sério, eu acho que aquele não ia ser meu dia bom.

Carlos estava fazendo seus exercícios matinais e me viu em frente de casa. Tirou os fones do ouvido e veio até mim. Era estranho ele sempre estar no lugar certo e no momento certo, mas eu ia aproveitar isso.

Era até bom.

- Então, quer que eu te leve de novo? - ele chegou até mim. Estava ofegante, seu cabelo estava meio molhado e seus olhos estavam radiantes.

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