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Logan imediatamente bateu na porta, mas estava trancada. Carlos chutou a porta, que abriu caindo um pouco pro lado. Corri até Steph e peguei em seu rosto, ela estava realmente desacordada.

Sua boca estava machucada e tinha sangue em seu rosto — porém nada alarmante. Logan a pegou no colo e a levou para fora. Carlos foi na frente para abrir o carro. Fechei a luz e fui correndo atrás deles.

Chegamos no carro e Carlos abriu a porta de trás, Logan se enfiou desajeitadamente com Steph em seus braços. Entrei no banco do passageiro junto e Carlos entrou no lado do motorista, dirigindo o carro para algum lugar — provavelmente o hospital.

Olhei para trás e Logan estava checando o pulso de Steph, parecia desesperado novamente.

- Ela tá bem? O pulso tá ok ? — perguntei, preocupada.

- Sim, ela parece estar só desacordada. A respiração tá meio ruim e a frequência cardíaca muito baixa. A gente tem que levar urgente em um hospital, talvez tenham drogado ela — ele respondeu.

- Logan, fala com ela. Diz que tá aqui, que tá tudo bem. Afrouxa a blusa dela pra que ela consiga respirar, eu tive aulas de primeiros socorros e sei que isso vai ajudar até chegamos no hospital — Carlos aconselhou.

Logan assentiu e começou a dar tapinhas em seu rosto para que ela acordasse.

Observei enquanto ele fazia isso e pulei para o banco de trás, pra ajudar ele a afrouxar as roupas de Steph. Haviam marcas roxas nos seus braços, pareciam marcas de mãos e dedos.

Ela provavelmente sofreu algum tipo de agressão, isso era bem triste. E pensar que eu poderia estar no lugar dela naquele tempo em que me envolvi com Logan...

Passei a mão no rosto dela e comecei a falar que estávamos ali e que estava tudo bem agora, que ela já estava segura. Abri a janela para que a ventilação entrasse e ela respirasse melhor.

Após algum tempo, Steph começou a apresentar sinais de que iria acordar. Suas bochechas voltaram a ficar coradas e a pulsação começou a ficar normal.

Chegamos ao hospital e fiquei no carro enquanto Carlos ajudava Logan a levar Steph para a emergência. Me sentei, olhando para o nada e pensando no que levaria a alguém fazer algo desse tipo.

Comecei a realmente ficar com medo, a temer pela minha vida.

Carlos voltou após um tempo para o carro e voltei para o banco da frente. Ele respirou fundo e me abraçou forte.

- Deram remédios pra dormir muito pesados pra ela, ela estava dopada. Vão ter que fazer uma lavagem pra tirar todas as substâncias ruins do corpo dela, Logan está acabado — Carlos suspirou.

- Imagino, e eu tô morrendo de medo. Amor, eu não quero mais ficar nessa cidade, de verdade. — comecei a sentir aquela falta de ar, típica de uma crise de ansiedade.

- Calma, eu tô com você. Não precisa ficar assim. Quer ir dormir na minha casa hoje ?

- Não, eu tenho que ir pra casa. Minha mãe não pode ficar sozinha, eu tenho medo de alguém fazer algo com ela nesse momento.

- Eu fico lá com vocês então, pode ser?

Assenti e Carlos pegou seu celular pra ligar pra Akira, pra perguntar sobre notícias de Victoria. Não havia nem sinal dela na cabana, mas isso não retirava as suspeitas de cima dela.

Somente quando Steph se recuperasse, poderíamos saber o que aconteceu com ela e talvez onde estava Victoria.

Akira contou que não tinha nenhuma novidade e que ficou feliz de acharem a Steph. Carlos disse que qualquer notícia ele poderia avisar e desligou. Ficamos os dois sentados lado a lado, apenas observando as pessoas entrando e saindo do hospital.

- E pensar que hoje de manhã a gente achava que tava tudo bem — disse, rindo de nervosa — E agora, o que a gente faz? Falta algum tempo pra formatura ainda, até lá tenho medo de não estar viva.

- Não fala isso, vai ficar tudo bem. Vamos dar um jeito, o importante é que a Steph sobreviveu e agora temos uma pista bastante importante de quem está fazendo isso. Vai acabar, eu garanto — ele me abraçou de lado.

Eu realmente esperava que sim. Pedi para irmos logo pra casa, eu na estava cansada. Tinha passado o dia inteiro procurando Steph e minha cabeça estava doendo, além de eu estar muito tensa.

Carlos assentiu e deu a partida para irmos para a minha casa. Coloquei uma música para tentar relaxar, na rádio, mas minha cabeça não me deixava pensar em mais nada além daquilo.

Encostei a cabeça no vidro e respirei fundo, soltando a respiração pra tentar aliviar a tensão. Enquanto olhava a cidade noturna de Cookeville, comecei a pensar no que Victoria disse sobre Júlia estar viva. Olhei para Carlos e ele também estava pensando, eu o conhecia o bastante para reconhecer cada expressão.

Seu cabelo estava meio bagunçado e seus olhos estavam tristes, também tensos.

- Você acha que a Júlia pode realmente estar viva ? — perguntei.

- Não acho, pode ser só mais uma loucura da Victoria. As vezes ela tem essa mania de inventar as coisas, deve ser só pra tirar o dela da reta. Nunca vou perdoar essa garota por perturbar a memória da minha irmã desse jeito — senti um pouco de raiva na sua voz. E eu entendia.

Júlia era a única irmã de Carlos, então com certeza era bem revoltante a Victoria fazer isso. Era um assunto bastante delicado e devia ser algo bem difícil de falar sobre. Decidi não pensar mais nisso e voltei a ouvir música e encostar a cabeça no vidro, olhando as luzes passando.

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Chegamos na minha casa e estava tudo muito tranquilo. Minha mãe estava vendo uma série na televisão, e ficou surpresa em nos ver. Sentei no sofá com ela e Carlos sentou do outro lado, dei um abraço nela e senti vontade de chorar, mas fui forte e prendi o choro. Ela me abraçou com um braço e com o outro abraçou Carlos, dando um beijo na testa dele e na minha.

Aquilo realmente me confortou bastante.

- Achei que você ia dormir fora mais uma vez — ela brincou.

- É ótimo dormir em casa, mãe. Com as pessoas que mais amo — sorri pra eles.

- Que fofa, eu perdoo você por estar saindo bastante. Sinto a sua falta comigo — ela suspirou.

- Prometo que tudo vai acabar em breve, Grace — Carlos disse.

- Está tudo bem. Eu vou me deitar agora, tá bom? Sua mãe é um anjo, Carlos. Precisamos marcar um jantar para nós — minha mãe disse levantando — Boa noite e durmam bem.

- Boa noite mãe, amo você — sorri.

Ela jogou um beijo e subiu as escadas, com seu roupão e pantufas de coelhinho. Estava fofa e parecia relaxada, queria poder estar assim como ela. Minha vida estava numa tensão tão grande que se eu não fosse absolutamente forte, eu já deveria ter surtado.

Deitei no sofá e Carlos deitou abraçado comigo. Fiz um carinho no cabelo dele e em pouco tempo ele já estava dormindo. Eu sabia que ele estava muito cansado, por ter passado o dia inteiro correndo de um lado para o outro e ajudando Logan.

Desliguei a televisão e fechei os olhos para tentar dormir, mas eu sabia que não iria conseguir dormir tão cedo.

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