Capítulo 100

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Luiza narrando: 🌺
                     
                                      (Final)

A Luana fez garapa e me deu. Já estávamos em casa. Como o tiro foi na perna o NK só chamou uma enfermeira aqui do morro mesmo. Já fazia meia hora que ela tinha subido e não voltou, estava preocupada.

Luana: Você tá me deixando agoniada balançando essa perna.

Eu: Desculpa.- dei um sorriso sem mostrar os dentes.

Mari: Vai ficar tudo bem, amiga. Viu como ele quase matou os meninos? Tá com tanta raiva que nem sentiu dor.- riu.

Luana: Vamos pensar em outra coisa. A festa tava linda, parabéns de novo.

Eu: Obrigada.- dessa vez dei um sorriso de orelha a orelha.

Luana: Eu queria que a minha melhor amiga tivesse vindo, vocês iam adorar ela, seríamos o quarteto fantástico.

Mari: Por que ela não veio? Você fez tanto marketing dessa menina que eu agora tô doida pra conhecer ela.

Luana: É que ela não é muito de sair e teve que cuidar da tia mas qualquer dia arrasto ela pra cá.

Playboy: Eu também ainda não conheci essa mina.- encarou a Lua.

Luana: Só falar em mulher que tu presta atenção, né?- olhamos rindo para ele que estava há um tempão olhando a tela do celular jogando free fire.

Playboy: É que eu nunca conheci ela mesmo não e tu vive falando dela.- Lua revirou os olhos.

R9: Porra, Playboy, me ajuda, eu vou morrer.- Lua revirou os olhos mais ainda, outro que também não tinha tirado os olhos do celular.

Continuamos falando sobre coisas aleatórias até vermos a enfermeira descer a escada.

Eu: Foi algo grave?- perguntei indo para perto dela.

Enfermeira: Não, correu tudo bem. A bala ficou alojada mas até a remoção foi simples. Se ele seguir minhas indicações, mal vai ficar a cicatriz.- uma paz invadiu meu peito ouvindo aquilo.

Eu: Obrigada de verdade.- abracei ela com força.

Peguei a Laura do carrinho e o Léo que brincava no chão, e subi em direção ao quarto. Abri a porta e ele estava jogado na cama. Botei Laurinha no berço e o Léo foi para perto do pai. Tirei o vestido, tomei banho e vesti um baby doll. Quando cheguei a cama o Léo já tinha capotado e o Caio estava no mesmo caminho.

Eu: Grande festa de casamento, né?- ele riu.

Coringa: A melhor do mundo.- deitei do lado dos dois e me aninhei a ele.

Eu: Tem certeza que nada tá doendo?

Coringa: Tenho, Luiza. Só tô com sono por causa da merda do remédio que ela passou.- suspirei.

Não demorou cinco minutos e ele já havia capotado também. Olhei para televisão finalmente prestando atenção no que estava passando e falavam sobre o amor, muita coincidência para o meu gosto.

Apresentador: Amar significa ater-se às possibilidades do outro. Muitas vezes, nós não podemos amar aquela pessoa do jeito que ela é agora, mas podemos amar aquilo que ela poderia ser, aquilo que ela deveria ser. Dostoiévski dizia: “amar alguém é vê-lo como Deus o concebeu”. Ora, Deus não concebeu um bêbado ou um adúltero, então é claro que nós não podemos ter qualquer tipo de afeição por uma pessoa que se encontra nesse estado, mas, podemos amá-las em todas as suas possibilidades; o bom trabalhador que esse bêbado poderia ser e o marido fiel que esse adúltero poderia ser, estes sim são dignos do nosso amor.
No fim das contas, o amor é sempre uma promessa, e a não realização dessa promessa torna-se o verso mais triste já feito pelo homem: “a vida inteira que podia ter sido e que não foi”. Reflitam sobre isso. Boa noite, gente, até amanhã.

Os créditos começaram a subir na tela e aquilo que ele disse ainda zanzava na minha cabeça. Olhei ao meu redor e vi as pessoas que eu mais amo ao meu redor. Abri um sorriso por saber que eu e o Caio mesmo errando demos uma chance para ver todas as possibilidades do que viríamos a ser. Meu coração foi inundado de amor nessa hora.

Chorei e sorri ao mesmo tempo, tinha tanta alegria dentro de mim que eu não conseguia fechar o sorriso. Alegria em saber que no futuro não vou falar “poderíamos ter feito isso ou aquilo”, vou falar “fizemos, fazemos e faremos”. Erros todos nós cometemos, eu e ele hoje nos comprometemos a não pular para fora do barco assim que um de nós os cometer. Amar não é fácil mas sem dúvidas é gratificante, assim como está sendo para mim. Queria que todas as pessoas sentissem essa calmaria da certeza no peito em um mundo tão incerto.

Eu: Amo vocês.- falei para o ar já que nenhum deles me ouviu.

Desliguei a televisão, virei para o lado abraçando meus meninos e me afundei no meu “felizes para sempre"

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Grávida Do Chefe - (FINALIZADA) 🖤🚬Onde histórias criam vida. Descubra agora