✦Treze✦

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FELINA

3 semanas depois

Minha cabeça dói.

Os últimos dias foram agitados. Tive que comprar um novo celular e um novo chip, e com uma ajudinha de Entrapta deixei ele mais seguro e com menos chances de ser invadido por Sombria e por seja lá quem esteja ajudando ela. Mas eu ainda mantenho meu celular antigo, cansei de me esconder, cansei de fugir. Adora me apresentou sua tia, Mara, que por acaso é uma policial militar afastada por conta de todo o luto da morte do irmão. Ela se ofereceu de bom grado para me ajudar, me acolhendo como se eu fosse da família. É uma boa mulher.

Também reparei nos olharem maliciosos que ela dava para Adora quando via nós duas juntas, mas resolvi não falar nada.

Ando ocupada ultimamente, passo noites em claro ocupada com trabalhos e provas que serão apresentados nos próximos dias, mas isso é bom, me ajuda a pensar menos. Claro, sempre tenho uma ajudinha de Scorpia, ela nunca me deixa na mão. Ela é uma ótima amiga e eu não poderia desejar ninguém melhor.

Não recebi mais nenhuma ligação, mas preciso estar atenta. Qualquer coisa pode ajudar. Quero que ela pague pelo que fez comigo, e pelo que fez com meu pai.

Não tenho como provar, mas eu sei que ela tem algo a ver com a morte dele. Sinto nos meus instintos.

E bom, tem Adora. Mesmo ainda de luto pela morte dos pais ela não exita em me ajudar. Sei que as vezes ela chora sozinha, sei da culpa que ela carrega dentro dela. Ela sempre pensa que pode salvar todo mundo, e que é resposabilidade dela cuidar dos outros. E quem cuida dela?

Mas, nos prometemos que iríamos cuidar uma da outra, e eu acredito nela.

Olho para o teto do quarto e respiro fundo. As coisas estão complicadas pra caralho, mas não estou sozinha. E isso é bom, é ótimo. Decido finalmente sair de onde estou e ir para a cozinha beber alguma. Adora já está lá, sentada no sofá e bebendo um copo de suco.

— Tem suco na geladeira. - ela diz e eu assinto com a cabeça, pegando um copo e tirando a jarra do lugar. O interfone toca. — Você tá esperando alguém?

— Não. - ela estranha, mas sai do sofá e atende. — E aí?

— Charles disse qu- antes que ela possa terminar de falar, batem na porta.

— SURPRESA! - os amigos de Adora entram e pulam em cima dela, a derrubando no chão. Encaro sem entender. — Feliz Aniversário! - que? Aniversário?

— Mas faz quase um mês que passou o meu aniversário. - ela ri. Agora eu entendi. Adora não comemorou o aniversário dela por minha causa, ela estava tão empenhada em me ajudar que nem deve ter dado bola pro próprio aniversário. Eu geralmente não comemoro meu aniversário, acho meio bobo ou sei lá o que, mas Adora precisa dar mais atenção a ela mesma. — Que caixa é essa?

— Bom, eu e o Arqueirozinho juntamos um pouco de dinheiro por uns meses pra comprar o seu presente. - eles entregam uma caixa grande e embrulhada em um papel de presente vermelho. — Demorou mais do que a gente pensou.

— Gente, vocês sabem que eu não faço questão de presentes. - ela segura a caixa, toda besta.

— Você merece, mulher. Aceita logo essa porra e abre aí. - Brilhante cutuca Adora repetidamente, até ela rasgar o papel de presente e abrir a caixa.

— Santa Etéria, é lindo. - ela passa as mãos pela prancha azul clara do long board. As rodas são douradas com alguns detalhes, e na parte de trás da prancha tem uma espada desenhada. — É lindo, lindo. Meu Deus, quanto vocês pagaram nisso?

Hands All Over | CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora