𝓘𝓶𝓪𝓰𝓲𝓷𝓮𝓼 𝓝𝓪𝓻𝓾𝓽𝓸

A arte é uma explosão, o amor também - Deidara

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A falta de luz era evidente, nenhuma janela, nem aberturas para que o sol pudesse abençoar o interior com seu calor incandescente. Era escuridão, pairando sobre a atmosfera macabra, exibindo sua postura majestosa perante os raios luminosos, que banhavam o exterior.

- Deidara-senpaaai, o Líder não vai gostar nada se nos atrasarmos - cantarolou o mascarado, em uma tentativa bem sucedida de provocar o loiro.

- Acho que o líder ficaria bem contente se eu explodisse você, Tobi - ameaçou, pressionando as sobrancelhas, lançando um olhar furioso, borbulhando ódio.

- Então eu vou esperar lá fora, então - declarou com a voz alterada, quase falhando. Sabia que Deidara realmente o explodiria se tivesse a chance.

O silêncio confortou os ouvidos, apenas podia ouvir a respiração levemente descompassada do loiro.

- Sabe que ele está certo, não é? Pain sama não aceita atrasos - comentei calma, recendo um suspiro do Ninja.

- Eu não consigo encontrar uma de minhas artes, não posso deixar aqui - revelou em voz baixa, realmente preocupado com a criação.

- Mas, sua reserva de argila não está cheia? Você pode repetir o processo de confecção e fazer mais peças, não é? - perguntei me aproximando, passando os olhos pela bagunça organizada da mesa, lotada de argila. Realmente não queria conhecer a dor, como sempre ameaça nosso líder.

- Não é esse tipo de arte, é algo ainda mais importante - argumentou, passando as mãos em seus objetos de trabalho com cuidado, buscando pelo artefato.

A coloração do ambiente não colaborava, mal enxergava os cabelos brilhantes de Deidara, uma vela tentava apaziguar a densidade da escuridão, lutava com todas as forças para se manter luminosa, sendo representante fiel da eterna luta entre trevas e luz.

- ACHEI - anunciou alto, com o alívio invadindo sua voz.

- Agora nós podemos ir, apressada - debochou, abrindo um sorriso, assim que enlaçou nossas mãos, guiando meu corpo com cuidado.

- Você que é lento Deidara, se toca - argumentei, não sendo capaz de conter o sorriso que nascia em meus lábios, pelo toque singelo do loiro.

Quando cruzamos a única conexão que o esconderijo possuía com o mundo, o toque do céu em meu rosto, deixava de ser um desejo e se tornava uma realidade, sentia falta do toque carinhoso do vento em meus fios, e da beleza que o movimento pacífico das nuvens despeja sobre o dia. Sempre seria uma grande admiradora daquele que mantém toda a cor e plana com talento sobre as montanhas, acima de tudo e todos .

- Se continuar me tratando assim, meu bem, não vai ganhar o presente que fiz pra você - soltou as palavras, cruzando os braços, carregando uma expressão convencida.

- Então quer dizer que eu vou ganhar um presente desse grande artista? - perguntei rindo, ansiosa pela possibilidade de receber algo feito pelas mãos habilidosas do loiro.

Os passos se tornaram lentos e, logo, inexistentes, viajava em seus olhos de coloração intensa, que me remetiam aos dias em que planavamos dentre as nuvens, orbes azuis como o céu desejava ser. Levou sua mãos ao nível de meus olhos, abrindo a palma, acabando com a curiosidade que consumia meu ser.

Era um de seus animais, característico de suas produções, porém, era mais detalhado, conseguia perceber as marcas sutis, representando as pequenas penas, presentes em toda a extensão da obra. O bico era cuidadosamente esculpido, com rachuras, tornando o ainda mais delicado, possuindo um tipo de linha passando pelo mesmo.

A linha suportava o peso de uma placa, feita do mesmo material, com riscos leves, imitando algum tipo de madeira. Nela era possível enxergar letras enfeitadas, detalhe que tornava o conjunto ainda mais encantador.

" O amor é uma explosão, aprendi a amar com você "

Estava maravilhada, caindo aos encantos daquele ninja apaixonado pelo caos, quer dizer, caindo ainda mais, se é que existe a possibilidade de entregar mais de meu coração a Deidara.

- Você gostou? - questionou, com o tom nervoso, de quem esperava por uma reação, já que estava paralisada pela especiosidade imensa, emanada da pequena arte.

- Eu simplesmente adorei, é lindo - articulei, antes de selar os lábios do loiro com carinho, despejando a montanha russa de sentimentos que possuía, por ele e por tudo o que ele representa.

- Amo você, mais que tudo - assumiu em um sussurro, tocando meu rosto com cuidado, como se tivesse em mãos a obra mais importante de sua vida.

- OE S/N CHANNNN, DEIDARA-SENPAI, ACHEI VOCÊS - esbravejou animado, usando todo o ar que acumulara nos pulmões.

- Ser lindo não é o único objetivo dele, olha - comentou ao ver que o mascarado se aproximava em passos largos, numa corrida engraçada, soltando o pássaro no ar.

- Deidara, não, não explode - pedi, beirando o nervosismo. Realmente queria guardar aquela lembrança, para que durasse, fosse inesgotável, tanto quanto nosso amor.

- KATSU - anunciou, com os olhos tomados pela luxúria da explosão.

O fogo consumiu nossa visão, refletindo em nossos olhos, como um espelho reflete a imensidão de nossas almas, as chamas vermelhas dançavam, calmas, sem ter conhecimento do poder que possuiam e da força destrutiva que espalhavam a cada mínimo movimento.

- DEIDARA-SENPAI VOCÊ TÁ TENTANDO ME EXPLODIR??? - Berrou indignado, assim que o fogo se dissipou entre a atmosfera, deixando a posição fetal, arrumando o manto negro.

- E EU VOU CONSEGUIR SEU BASTARDO - Rebateu, animado, erguendo o punho, preenchido por entusiasmo.

- Você acabou, de explodir o meu presente - articulei, nada contente, respirando fundo.

- Mas, arte é explosão, lembra amor? - lembrou preocupado, temendo por uma interrupção na saúde do corpo. Bateria nele como em um tambor.

- VAI S/N CHAN, ACABA COM ELE - incentivou o mascarado, jogando as mãos para o céu, apoiando a vingança.

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Eai, galera?

Gostaram do capítulo? Espero que sim!

Bom, até o próximo!