12 | Um amigo de verdade

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Fomos parar no Subway de novo, mas ele estava quase vazio dessa vez. Os únicos clientes, além de Emmett e eu, eram um grupo de amigos, todos sentados numa única mesa. Eu estava de frente a Emmett e de costas para a porta da entrada, posição escolhida com o intuito de ter tempo para me abaixar, caso minha companhia avistasse algum dos meus amigos entrando no ambiente.

Já estávamos aqui há uns dez minutos e ninguém tinha aparecido.

Acabei comendo um sanduíche, no fim das contas.

— Então, Hércules, me conta aí: qual foi a pior coisa que você teve que fazer para continuar sendo um CAT?

Como se tivesse sentido uma dor, apertei os lábios.

— Muita coisa responde isso — murmurei, parcialmente decepcionado. — É até difícil listar apenas uma.

— Tudo bem. — Emmett parecia apreciar minha compunção. — E qual foi a mais recente?

Empurrei meus joelhos para frente e, parecendo um desleixado, deslizei as minhas costas no banco, como se estivesse me afundando em remorso que eu não queria enfrentar. Senti-me igual a uma pessoa expondo seus pecados para um padre.

— Ter cortado minha amizade com Catarina — falei, triste.

Emmett assentiu lentamente. Era incrível ver que, após ter comido, o brilho em seu rosto havia voltado.

— Ela sente sua falta — ele afirmou.

Desci meu olhar para mesa.

— Ela te disse isso?

— Disse.

O aperto no meu coração aumentou.

— Também sinto falta dela.

Houve um momento de reflexão.

— Mas acho que ela está feliz — Emmett emendou, estendendo seu braço direito no escoro do banco.

Abri um sorriso mínimo em sua direção.

— Eu estaria chocado se ela não estivesse.

— Por que Ariana a tirou do grupo? — ele perguntou, a cautela oscilando em seus olhos.

Só agora vim constatar que nunca dei a Catarina uma razão para a sua expulsão. Eu simplesmente disse que Ariana a tinha cortado do nosso grupo. Minha amiga, provavelmente, estava contente demais com a ideia de que não seria mais submetida a ordens para se importar em perguntar o que foi que ela fez para perder o status de CAT. Acho que eu também não iria querer saber.

— Porque, na cabeça de Ariana — expliquei —, Catarina não se enquadrava no nosso esquema. Ariana é... é muito sistemática. Exige muito de nós. Diz o que devemos comer, como se comportar em público e de quem devemos ser amigos. É uma lista bem chata.

— Tudo isso para ser popular — Emmett concluiu.

— Exatamente.

Ele estreitou seus olhos claros, agora mais notáveis, e, por um segundo, parecendo estar me analisando, moveu a boca para o canto.

— Você está feliz em ser um CAT? — ele perguntou.

Eu fiz que não. Então, me dando conta de que fui muito automático na resposta, suspirei, ajeitando minha compostura no banco.

— Mas a gente não precisa falar disso — falei, tentando me esquivar do assunto. — Não precisamos falar sobre mim. Vamos falar de você.

Ele sorriu lentamente.

— O que quer saber?

— Não sei. — Fiquei tímido, pois eu já sabia muita coisa sobre ele. — Quando duas pessoas que futuramente se tornarão amigas conversam, por onde elas começam?

EU TE AMEI AMANHÃOnde histórias criam vida. Descubra agora