16 | Deu tudo errado

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Essa foi a primeira vez que Emmett e eu nos abraçamos, pelo menos no mundo real. Ele tinha um corpo quente, mas não do jeito que faria alguém suspeitar que ele estivesse doente. Só era confortável demais a ponto de desejar que o gesto não acabasse nunca.

— Oi — cumprimentei-o, soltando-o depois.

— Olá.

Emmett usava uma camisa de botões azul-piscina por cima de outra camisa branca e uma calça jeans bem clara, quase branca também. Ele havia optado por usar um acessório que até então eu nunca tinha visto nele: um boné, cuja aba estava voltada para trás. Algo sobre esse conjunto inteiro me fez perceber o quanto ele estava sexy.

— E então? — ele perguntou, o rosto jocoso. — Cadê os CATS?

A lembrança deles me fez suspirar.

— Eu prefiro nem saber — admiti, deixando evidente que meu único interesse era Emmett. — Só sei que eles irão evitar os brinquedos mais perigosos. Não sei quanto a você, mas eu sou louco para entrar no Kamikaze. Não saí de casa para andar em uma simples roda-gigante.

Ele sorriu calorosamente.

— Nunca andou num Kamikaze antes?

— Não. Topa ir comigo?

— É claro. Só vou comprar uns ingressos antes.

— Tudo bem. — Pensei em usar os ingressos que ganhei de Ariana com ele, mas supus que seria insuficiente. Queria que não houvesse um limite para nos divertirmos. — Vamos lá.

Saímos da entrada do parque e caminhamos para dentro. Perguntei-me se Emmett podia sentir a energia que minha pele transmitia, pois era notável minha expressão de felicidade. Para a minha sorte, eu não era o único que estava tão visivelmente feliz. Ele parecia ter ganhado na loteria também.

— O que aconteceu depois que saí do carro ontem? — ele perguntou, olhando-me.

Meu olhar sobre as pessoas ao meu redor era muito cauteloso. Se eu visse algum CAT, certamente cairia para trás.

— Ariana brigou comigo — falei. — Até aí, nenhuma novidade.

Ele sorriu, porém havia um resquício de pena por trás.

— Ainda bem que ela não viu a gente.

— Pois é — concordei, relaxando-me com essa realidade. — Eu sinto muito mesmo por você ter ido de ônibus.

— Está tudo bem. Eu gosto. É divertido.

Pela sinceridade em suas íris, eu sabia que realmente não tinha nenhum problema.

Enfrentamos uma pequena fila para comprarmos mais ingressos. Emmett usou o dinheiro que ele queria me devolver, o que significou que adquirimos mais dez bilhetes. Cada um custava R$ 3,00, mas, se você resolvesse comprar dez ingressos, ganharia dez reais de desconto.

— Divirtam-se — a mulher atrás do balcão disse.

— Obrigado — Emmett respondeu, e nós dois saímos da fila.

— Você queria vir para cá, não queria? — perguntei, receoso, conforme andávamos até o Kamikaze.

Ele me olhou de um jeito risonho e esquisito.

— É claro. Eu adoro parques de diversão. Por quê?

— Nada. Só queria ter certeza de que você veio por livre e espontânea vontade. Não queria que tivesse se sentido forçado a vir.

Ele sorriu.

— Relaxa. Eu estava sem fazer nada em casa mesmo... Seu convite me salvou.

Fiquei superficialmente enrubescido.

EU TE AMEI AMANHÃOnde histórias criam vida. Descubra agora