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Ver toda a igreja emocionada com a história de força de Ana Beatriz, neta da adorável Irmã Ana, me deixou com a certeza de que essa foi a melhor homenagem que poderíamos ter feito

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Ver toda a igreja emocionada com a história de força de Ana Beatriz, neta da adorável Irmã Ana, me deixou com a certeza de que essa foi a melhor homenagem que poderíamos ter feito. Às duas. O tempo todo, uma mistura dos últimos dias de vida de Dona Ana, o encontro lindo dela com minha filha, e os primeiros dias de vida de Bia, passavam na minha cabeça como um filme. Com todos os traumas de momentos ruins que passei, tive muitos problemas em conseguir enxergar outras coisas que não fossem minhas próprias dificuldades. Não conseguia ver a perfeição com que as duas puderam participar da vida uma da outra dentro de poucos minutos. Foi aberta uma janela no tempo para que ambas pudessem participar da vida uma da outra. É uma pena que Ana Beatriz não possa recordar desse momento por contra própria, contudo, eu farei questão de contar com detalhes sobre esse encontro inúmeras vezes.

Eu estava tão envolvida no momento, que só me dei conta de alguns detalhes dessa noite quando o culto acabou e começamos a sair da igreja. Daniel e Layla estavam mais próximos do que nunca os vi. Nem durante o tempo em que Bia esteve internada. Será que eu estava preocupada demais com minha filha e não consegui enxergar que a chama dos dois estava se acendendo novamente ou isso aconteceu nos últimos dias? Seja lá o que for, eu estou muito feliz por eles terem conseguido esquecer a forma conturbada com que a história dos dois chegou ao fim, e que isso possa ser um novo começo para os dois.

Estávamos todos tão deslumbrados e felizes, que não queríamos que a noite terminasse. Foi aí que Douglas teve uma ideia que fez a noite se prolongar por mais algumas horas. Convidou a todos para irmos a uma churrascaria. Não teve ninguém que não tivesse gostado da ideia, então seguimos em comboio para jantar. Comemos e conversamos nos permitindo esquecer que coisas muito ruins um dia aconteceram com a maior parte de nós.

Fiquei impressionada com o filho da Layla. Não tive oportunidade para vê-lo muito bem na igreja, já que ele passou o tempo todo com a turminha das crianças. O Daniel não mencionou que ela tinha conseguido ter o tão sonhado filho. Talvez nem ele próprio soubesse, já que fazia muito tempo que não se viam. Mas o que mais me surpreendeu, é que o menino também se chama Daniel. Ou a Layla já admirava esse nome, ou isso tem um significado maior e especial. E eu acredito na segunda hipótese. Com certeza eu faria a mesma coisa se tivesse vivido o que ela viveu com ele.

Ao final daquela noite, eu só conseguia ser grata a Deus por tudo o que estava acontecendo. A sensação de que a justiça estava sendo feita, superava o fato de que meu pai estava preso, e eu não me sentia mal por tal pensamento. Pelo menos não naquele momento. Muitos sentimentos e novas emoções tomavam espaço na minha vida e eu não conseguia dar atenção aos detalhes negativos. Tive a sensação de que no auge dos meus trinta anos foi que eu realmente comecei a aprender a viver.

Chegamos em casa todos exaustos, mas a noite não acabou ali para Douglas e eu. Mesmo no sofá-cama e usando imobilizador, não aceitei que minha última noite antes da cirurgia passasse sem fazer amor com o Douglas. Rimos da situação, mas ele sentia a mesma necessidade que eu de aproveitar cada segundo na presença um do outro.

O que restou de um coração Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora