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É muita tensão para tão poucos dias

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É muita tensão para tão poucos dias. Eu lamento do fundo da minha alma que a Karen esteja passando por tantas coisas sem que haja tempo para assimilar cada uma delas. Se estivesse em minhas mãos, eu escolheria não ter participado disso, ou pelo menos impedir que tudo chegasse ao ponto em que está.

Não há mais volta.

Sair do apartamento do Olivier com as últimas cenas em minha mente, me faz querer voltar e dizer qualquer coisa à Karen que possa ajudá-la a não sentir tanto o peso das palavras de seu pai, mas obviamente não vai adiantar. Ele está sendo insensível em certas horas e isso não a ajuda em nada. O mínimo que eu poderia ter feito, era lembrá-lo de que a dor dela é real, independente do ponto de vista dele. Assim eu fiz.

A Karen sente culpa pela morte do Douglas e não importa quantos problemas eu tenha, ou quantas soluções eu possa conseguir para cada um deles, ainda vou tomar esse como meu.

— Eu gostaria de entender por que o pai dela às vezes é tão grosso — Paola diz enquanto caminhamos pelo corredor do prédio até o elevador.

— É o jeito dele — falo.

— Mesmo assim, Daniel. Ela está em um momento tão delicado... — fala ela. — Foi agredida covardemente pelo Ygor, perdeu o Douglas, teve complicações na gravidez...

Fica difícil ouvir isso sem sentir o peso cair sobre mim.

— Podemos mudar de assunto? — pergunto ao chamar o elevador. Paola não espera muito para atender meu pedido.

— Como está seu relacionamento com a Marcela? — meus olhos miram os dela instantaneamente com o baque da pergunta. Ergo uma sobrancelha e não respondo. — Tudo bem. Não é da minha conta — ela diz levantando as mãos em sinal de rendição. A porta do elevador se abre e nós entramos. Com o canto dos olhos noto-a ajeitando o cabelo encarando seu reflexo no espelho. — Mesmo não sendo da minha conta, eu quero te lembrar de uma coisa — fala em um tom que deixa claro que nada que eu diga, vai fazê-la parar. — É da Karen que você gosta. Não construa uma relação inteira com a Marcela ou a deixe se apaixonar por você para depois perceber que além de não ter conseguido esquecer a Karen, enganou uma mulher e a fez sofrer.

— Mais alguma coisa?! — questiono com ironia e um pouco impaciente.

— Sim. Preciso de uma folga amanhã. — reviro os olhos.

— Só estou segurando as pontas na clínica — explico. — Não sou seu chefe.

— Meu chefe faz ignorância à própria filha. Imagina o jeito fofo dele me negar uma folga?

— De certa forma, eu até compreendo o seu lado, mas não posso fazer isso — falo lamentando.

— Que pena... Eu queria tentar levar a Karen para dar um passeio e distrai-la um pouco. A cabeça dela deve estar à mil.

O que restou de um coração Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora