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Parece que a Karen e o risco de vida tem polos diferentes e vivem puxando um ao outro, e mesmo com todas as minhas tentativas de impedir que isso aconteça de novo, nada adianta

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Parece que a Karen e o risco de vida tem polos diferentes e vivem puxando um ao outro, e mesmo com todas as minhas tentativas de impedir que isso aconteça de novo, nada adianta. Eu não a culpo. Como na maioria das vezes, isso é a consequência do erro de alguém. Queria muito poder dizer com certeza que esse erro não é meu, mas eu não sei mais.

— Karen! — chamo quando percebo que ela está perdendo os sentidos. A seguro em meus braços para que não caia no chão. — Karen, não passa mal agora, por favor!

— Quem disse que você poderia mostrar essa cara feia? Você fez ela desmaiar. — Vivian surge por entre os carros, colocando sua pistola no coldre. Ninguém desconfiaria que por baixo da farda preta e da touca ninja tem uma mulher que mete bala em bandido com uma precisão melhor que a minha.

Olho-a de relance por menos de um segundo apenas para expressar minha ira contra sua ironia e volto a acariciar o rosto da Karen, na tentativa de fazê-la voltar.

— Encontraram alguma coisa relevante com os camaleões? — questiono à medida em que ergo a Karen do chão.

— Nada. Nenhuma identificação ou... — ela interrompe sua resposta e fixa o olhar em mim, enquanto coloco a Karen dentro do nosso furgão. — O que pensa que está fazendo?!

— Como assim o que penso que estou fazendo? Não posso deixar minha mulher desmaiada aqui no meio da estrada — respondo, mas ela continua a me olhar como se eu estivesse fazendo algo errado.

— O que faremos com os corpos? — Ronie chega perguntando e esperando uma instrução minha.

— Coloquem todos dentro do carro em que vieram e ateiem fogo — digo.

— Mas o que o Ronisthei vai achar disso?! — ele insiste.

— Ele não tem o direito de achar nada — falo sentindo uma veia pulsar na minha têmpora. — Era trabalho dele evitar que esse tipo de coisa acontecesse. Faz o que falei. Incendeia logo essa porra. Daqui a pouco a PM vai chegar e não podemos ser vistos aqui, lembra?

— Falou — ele refuta levantando as mãos em sinal de rendição.

Volto minha atenção à Karen, sentada no baú do furgão sendo apoiada por mim já que está esvaída pelo choque de ter me visto depois de eu ter sido dado como morto. Eu quero que ela acorde logo para que eu possa explicar como tudo aconteceu e o porquê.

— Você não pode levá-la com a gente. — ignoro as palavras da Vivian. — Não era nem pra você ter tirado a touca... E ela nem ia saber quem a salvou. Tudo estaria normal. E se ela...

— Dá pra calar a porra da boca?! — pergunto como um rugido.

— Se por acaso, você estiver pensando em esclarecer as coisas, saiba que esse não é o melhor momento. Esse ataque tem relação com o cartel e a imprensa vai cair matando em cima do Ronisthei daqui a pouco. — seguro a mão da minha mulher esperando por algum sinal de que ela não vai demorar a voltar, mas parece que o choque foi grande. — Vamos deixá-la aqui mesmo. Daqui a pouco a polícia vai chegar e prestar socorro.

O que restou de um coração Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora