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Perturbador, esclarecedor, intrigante e sei lá mais como ainda posso tentar definir aquela visita da Vivian, mas são definições para o meu próprio raciocínio, já que eu não poderia comentar nada do que ela me revelou

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Perturbador, esclarecedor, intrigante e sei lá mais como ainda posso tentar definir aquela visita da Vivian, mas são definições para o meu próprio raciocínio, já que eu não poderia comentar nada do que ela me revelou. Logo que ela foi embora, mamãe quis saber cada detalhe da conversa, porém, me limitei a dizer apenas que ela veio esclarecer que não estou na mira de nenhum bandido por causa da morte do Alejandro, e que posso ter uma vida normal. Digamos que a Vivian subiu no conceito da minha mãe por tal atitude. Papai por sua vez, apenas prestou atenção no que falei sem se manifestar. Ainda tenho a necessidade de preencher certas lacunas sobre ele e a Vivian manterem contato, mas tenho em mente que haverá um momento certo para questioná-lo sem transformar a conversa em algo desconfortável.

O jantar fluiu bem. Me forcei a afastar todos os meus pensamentos estranhos, mas de vez em quando, me pegava tentando imaginar quem seriam as pessoas que estão lidando com o caso do cartel de Medellín. Não é só um caso, não é só um cartel, é algo que tomou muito tempo, dedicação, e a vida do Douglas. Portanto, eu me preocupo com o avanço dessa apuração.

Aquele papel ilegível nos meus sonhos, simbolizava algo que eu queria muito que fosse resolvido. Representava a investigação. Quem diria que a Vivian seria a pessoa que me ajudaria a encontrar essa peça do quebra-cabeças? Se aquilo foi entregue nas mãos de pessoas com mais habilidades e competência, não está mais mesmo em minhas mãos somar com alguma coisa. Me sinto um pouco mais leve por ter entendido isso e só me resta torcer à distância.

Fiquei dias reorganizando fatos na minha cabeça, ou tentando. Se eu não sou alvo de nenhum bandido, seria mesmo seguro sair um pouco? Onde eu iria em uma manhã de sábado? Meus pais estão na clínica dando duro para mostrar as pessoas que lá ainda é um lugar que se tornou referência em atendimento médico e exames de imagem. Paola está lá neste exato momento trabalhando, e o Wes deve estar abrindo o salão.

Já sei!

Tomo um banho em êxtase por ter decidido um destino para um passeio. Visto uma calça jeans e uma blusa com estampas florais, bem soltinha e confortável. Calço uma sandália bege de salto bem pequeno e saio. Enquanto desço pelo elevador digito uma mensagem para minha mãe.

Eu: Mãe, estou indo na casa da Dona Ana. Não vou demorar, mas se precisar falar comigo, é só ligar.

Clico em "enviar" e aguardo a resposta. Dois segundos depois ela chega.

Mãe: Tudo bem, filha. Isso vai ser bom para as duas. Divirta-se!

Dentro do carro, meu coração bate mais forte. São coisas distintas saber que você pode fazer uma coisa sem se preocupar e colocar isso em prática. É um desafio que eu lanço à mim mesma como um primeiro passo para superar todos os medos que se apoderaram de mim nos últimos tempos. Tento voltar minha atenção à beleza da cidade que ficou turva com o pânico. De relance, noto um carro logo atrás de mim que parece me seguir toda vez que troco de faixa. Será coisa da minha cabeça? Afasto meus pensamentos loucos e torno a olhar em volta. O céu está azul e com poucas nuvens. No calçadão, muitas pessoas estão caminhando, se exercitando ou simplesmente admirando a beleza da praia. Era o que eu precisava ver para começar bem meu desafio. Em breve, estarei caminhando neste calçadão empurrando um carrinho de bebê com a minha linda bonequinha, minha menina.

O que restou de um coração Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora