03 - Paige

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O dia não estava sendo um dos melhores, minha cliente foi presa de manhã e eu passei boa parte do tempo me dedicando a esse caso, tive que conversar com ela na delegacia e estou tentando chegar a um acordo com a promotoria antes que chegue a uma audiência.

Às cinco da tarde recebi um correio interno do prédio, estava sentada na minha mesa preparando a documentação para a minha cliente que nem percebi quanto tempo tinha se passado.

" Gostaria de outra carona?
- Connor"


Li e reli o bilhete na caligrafia bonita de Connor e abri um sorriso, a pergunta tinha sido escrita em um cartão timbrado com a marca da financeira, passei o dedo em cima do B&W Financeira, escrevi uma resposta nas costas do bilhete e mandei de volta.

" Desculpe mas vou sair tarde, caso complicado."

Voltei minha atenção para o trabalho, minutos depois ouvi duas batidas na porta.

- Entre.

- Oi Paige.

Levantei o olhar e vi Connor entrando na minha sala, estava lindo com um terno preto e uma gravata lilás, seu cabelo está penteado para trás, respirei fundo.

- Connor, o que faz aqui?

- Você rejeitou minha carona.

- Eu não rejeitei, tenho que terminar de aprontar esses documentos e ir na delegacia.

- Entendi... Eu espero você terminar.

- Por quê? - perguntei surpresa.

- Porque eu quero. - bufei achando graça da sua presunção.

-  Você sempre tem tudo o que quer? - ele sorriu e andou até mim.

- Sempre... E eu quero muito você Paige.

Abri a boca surpresa com suas palavras diretas, olhei em seu rosto e sua expressão era decidida. Ficamos nos olhando por alguns segundos, senti um calor invadir meu corpo, meu coração começou a bater mais rápido, uma eletricidade pairou entre nós, como se nossos corpos estivessem sendo puxados um para o outro.

- Então toda essa gentileza comigo é pra me levar pra cama? - pergunto e ele sorri travesso.

- Não precisa ser em uma cama, essa mesa parece bem firme. - desviei o olhar do dele.

- É melhor você ir embora Connor. Não estou a fim de entrar em algum tipo de jogo com você.

- Não estou jogando, estou sendo sincero. Estou dizendo que quero você de uma forma clara.

- Olha só, minha vida está uma bagunça, eu não estou com disposição pra romances agora e nem quero ficar com você.

- Porque não? - ele pareceu ofendido.

- Porque você tem cara de encrenca, todo charmoso e bonito, eu sei onde isso vai dar e não quero sair machucada de novo.

Connor me olhou, estou mentindo ao dizer que não o quero, mas é melhor assim, fui muito magoada antes e não quero isso de novo. Mas seria bem mais fácil se ele não fosse tão lindo.

- Tudo bem... Entendi. Desculpe atrapalhar o seu trabalho... Eu vou embora.

Fiquei vendo Connor sair e fechar a porta, soltei um suspiro longo, nem acredito que acabei de rejeitar um homem lindo como ele, mas não posso me apaixonar agora.

Termino a documentação, coloco na pasta e saio do escritório, pego um táxi até a delegacia. Entrei na sala do delegado que me olhou dos pés a cabeça do mesmo jeito que fez de manhã e deu um sorriso malicioso, senti repulsa na hora, respirei fundo.

- Aqui está o habeas corpus pra soltar a minha cliente. - coloquei o documento em cima da mesa, o delegado pegou.

- A sua cliente foi presa porque o próprio marido a denunciou

- Tudo o que vocês têm contra a minha cliente é circunstancial, até que apareça alguma prova concreta de que ela está sendo uma mãe negligente, ela vai ficar solta.

- Por enquanto... Porque vou continuar investigando.

- Tenho certeza que sim. Agora por favor, mande soltar a minha cliente.

O delegado chamou um policial e instantes depois Jéssica minha cliente apareceu. Quando saímos da delegacia, ela me olhou e me deu um abraço inesperado.

- Muito obrigada! Quando me indicaram você, achei que seria só mais uma que não iria dar a mínima. Eu juro, nunca mal tratei minha filha, pelo contrário eu a amo mais que tudo.

- Não precisa agradecer, é o meu trabalho, mas por favor se cuide. Depois cuidamos da questão da guarda da sua filha.

Entrei no táxi ansiosa pra chegar em casa e tomar um banho relaxante, a semana tinha sido bem cansativa. Ao entrar em casa, tirei os sapatos e joguei minha bolsa no sofá. Andei até a cozinha e coloquei uma lasanha para esquentar, estava me sentindo tão cansada que assim que meu jantar esquentou comi rapidamente e me arrastei para o banheiro, tomei um banho vesti meu pijama e deitei na cama.

Acordo no meio da noite, sentindo um calor e um incômodo entre as pernas, sento na cama, o quarto está em completo escuro e percebo que estou muito excitada, fecho os olhos e relembro do sonho que tive com um homem alto, loiro e de olhos verdes... Connor. Pego meu celular e vejo que são duas da manhã, abro meu instagram e clico em buscar e digito o nome dele, seu perfil aparece, me surpreendi ao ver que sua conta tem o selo azul de verificado, olho suas fotos e abro a boca embasbacada.

- Puta merda! - falo alto no escuro.

Connor é irmão de Lee Bass, o tenista famoso, vejo suas fotos e fico encantada, há várias fotos dele em outros países, fotos com Lee em torneios importantes, e com sua família grande, descobri que ele tem quatro irmãos, são todos muito bonitos. A sua foto mais recente é com uma linda menina em seus braços em uma varanda com uma bela vista para o campo. Fiquei olhando suas fotos sozinho, Connor é lindo, corpo forte mas o seu rosto parece o de um menino travesso o que aumenta ainda mais o seu charme, deliguei o celular e fitei o teto escuro. 

Acendo o abajur e abro a gaveta do criado mudo e vejo meu vibrador, fazia muito tempo que não usava, mas eu estava excitada demais para dormir, acabei pegando o objeto da gaveta, me ajeito sob os lençois, ligo o vibrador e fecho os olhos imaginando Connor aqui comigo.

Amor em JulgamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora