06 - Connor

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- Então... Você e o tal do Chase tiveram algo? - pergunto para Paige.

Estamos sentados na ilha da cozinha comendo alguns petiscos enquanto esperamos o meu pedido no restaurante chegar. Minha manhã foi excepcional, eu gostei muito do sexo com Paige e estou contente por ela ter ficado.

- Não, Chase e eu somos só amigos, nos conhecemos na faculdade e agora somos sócios.

- Ele não parecia querer ser seu amigo ontem. - falo lembrando da cena.

- Chase é legal... - fico calado e ela me encara - Espera, você está com ciúme?

- Eu? De jeito nenhum! - falo e ela dá uma risada.

- Isso é loucura, nem nos conhecemos.

- Isso não é problema... O que quer saber?

- Tudo.

- Tenho uma financeira com dois amigos, Dan e Jason, tivemos a ideia no último semestre da faculdade, tenho quatro irmãos, dois mais velhos Liam e Lee, duas irmãs mais novas, Ellie e Amy. Meus pais tem uma vinícola em Napa, cuido dos negócios com Ellie, ela administra e eu estou com a parte financeira.

- Nossa! Isso é inacreditável. - ela fala e eu rio de sua reação.

- Nós exportamos e importamos vinhos, as coisas vão bem... Todos eles estão casados, tenho dois sobrinhos lindos, Hugo de quatro anos, filho de Liam e a Lilian de três. Sou muito apegado a família, adoro viajar, tenho alguns carimbos no meu passaporte. Meu irmão Liam é piloto da Continental Airlines, casou com uma comissária do Brasil, Lee é tenista, atualmente é o número dois do mundo, casou com uma amazona ano passado e até hoje me pergunto como isso aconteceu... - ela ri desse comentário - Ellie é coordenadora de marketing da Robert's Publicity, e casou com Dan meu melhor amigo, e por último tem a Amy que mora em Boston e trabalha em uma revista de lá... e é isso, minha vida resumida pra você.

- Puxa... sua vida é muito impressionante, poderia muito bem estar em um seriado da Netflix, é surreal. - ela fala e eu dou um sorriso, pego um morango e levo até a boca.

- Agora é sua vez... Também quero  saber tudo.

Ela respirou fundo e ficou séria, tive a impressão de que tem muita coisa pra saber sobre Paige, volto minha total  atenção para ela e esperei que falasse.

- Nasci e cresci aqui em São Francisco, no subúrbio, minha mãe era gerente de uma loja de departamento, meu pai era vigia noturno, sou filha única, e vivíamos bem até começarem as brigas o tempo inteiro, meu pai não batia na minha mãe mas agredia de outras formas, gritava com ela, fazia chantagem emocional, e depois vieram as traições. - Paige me olhou e eu segurei sua mão - Então um dia quando eu tinha catorze anos, ele simplesmente saiu de casa, nem olhou pra trás e eu nunca mais o vi e minha mãe definhou, entrou em depressão, ela não reagia mais, perdeu o emprego e então eu tive que começar a cuidar da casa e arrumei um emprego pra não passar fome.

- Meu Deus Paige... Sinto muito.

Abracei Paige apertado, fiquei imaginado uma adolescente linda passando por tudo isso sozinha, me senti ainda mais abençoado por ter minha família inteira.

- Com muita dificuldade consegui terminar os estudos e consegui bolsa na faculdade... Mas tive minha fase autodestrutiva, vivia em festas e saía com caras errados, transava com eles em qualquer lugar pra me sentir amada e querida, até que conheci o Jeremy, típico cara charmoso, boa pinta, começamos a namorar e fomos morar juntos pouco tempo depois, mas então ele começou a falar das minhas roupas, do meu cabelo cacheado e ele começou a me trair, da primeira vez eu me neguei a acreditar e continuei com ele, até que um dia eu cheguei em casa mais cedo e o flagrei na cama com outra.

- Filho da puta egoísta.

Xinguei sentindo ódio por esse Jeremy por tratar tão mal a Paige, tomara que eu nunca o encontre ou então ele vai levar uma surra no mínimo. Passei a mão no cabelo me sentindo impotente e irritado que isso tenha acontecido com ela.

- Eu saí do apartamento claro, não poderia continuar mais lá e foi esse um dos outros motivos que me fizeram alugar o apartamento no Ashbury. Foi tudo repentino e como me tornei sócia faz pouco tempo, eu não tive muita escolha.

Fiquei olhando para Paige e senti uma vontade repentina de dar tudo para ela, gostaria de realizar todos os seus sonhos e desejos, de tudo o que ela poderia ter sofrido imagino que o que mais doeu foi não ter sido amada, nem pelos pais e nem pelo namorado, me levantei do banco e abracei Paige novamente, ela é uma mulher muito forte apesar de tudo.

- Posso e quero dar tudo o que você quiser... basta me deixar fazer isso.

- Quero viver um amor que seja verdadeiro e que não me faça sofrer, pode me dar isso?

Olhei para ela e vi sua vulnerabilidade, meu coração acelerou e eu olhei em seus olhos.

- Posso tentar... Nisso eu não sou muito bom mas podemos aprender juntos.

Ela sorriu e eu beijei seus lábios, começou suave mas que foi se tornando mais necessitado quando nossas línguas se tocaram. O interfone tocou e eu fui atender, era nosso almoço.

Comemos em silêncio cada um com seus pensamentos, tínhamos dito muitas coisas mas principalmente Paige. Depois de comer, ela andou pela sala do meu apartamento olhando tudo, fiz uma nota mental para agradecer a Ellie que indicou uma faxineira para limpar minha casa duas vezes por semana, pelo menos hoje tudo está em ordem.

- Sua família é linda, genética quase perfeita... Ainda é meio inacreditável que seja assim tão prodigiosa.

- Até nós nos surpreendemos às vezes, eu olho e penso como tenho orgulho dos meus irmãos, cada um lutou pra conquistar os sonhos.

Falo com orgulho, Paige continua olhando para a foto e tento imaginar o que se passa em sua cabeça. Me aproximo e beijo sua nuca, coloco minhas mãos por dentro da minha camisa que ela vestiu, subi até chegar aos seios que ficaram pontudos, estou gostando muito de seu corpo ser tão sensível ao meu toque.

- Connor... - Paige fala mas sua voz é baixa - Tenho que ir pra casa.

- O dia ainda não acabou e você me prometeu ficar. - ela se vira e me olha.

- Só até as seis, depois eu vou embora. - dei um sorriso presunçoso.

- Pra mim é tempo suficiente pra fazer o que tenho em mente.

Beijo Paige nos lábios e pego seu lindo corpo e levo de volta para o quarto.

Amor em JulgamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora