15 - Paige

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O caminho até o hotel foi silencioso, eu tinha estragado nosso almoço a troco de nada, agora eu estava desejando o Connor divertido e relaxado de antes. Ele para o carro em frente ao hotel, eu tiro o cinto e me preparo para descer mas me viro e o olho.

- Eu devo voltar lá pelas cinco, aproveita a piscina ou sei lá. - ele fala e eu tenho vontade de agarrá-lo.

- Eu preciso trabalhar um pouco... então até mais tarde.

Desço do carro e entro no hotel mas ainda vejo de relance o sedã preto reluzente saindo para o tráfego. Pego o elevador e entro na suíte, lembro da noite passada e percebo que sou uma completa idiota. Tiro os meus sapatos e prendo o meu cabelo, pego meu notebook e as pastas que trouxe comigo e me sentei na mesa da varanda e comecei a trabalhar, precisava me concentrar em algo.

A tarde passou voando mas pelo menos consegui terminar tudo o que tinha planejado pra o final de semana, pego o meu celular e não tem nenhum sinal de Connor, fico desapontada, a noite está surgindo e vejo que passa das seis horas, começo a ficar ansiosa, sabia que ele tinha ficado chateado com nossa conversa mas também ele está certo, tenho criticado seu estilo de vida sofisticado, na verdade estou com medo de ficar deslumbrada com tudo isso e no fim das contas me magoar, que deixei que isso me prive de ver o lado bom e de aproveitar o momento.

Resolvo tomar um banho, quando estou quase terminando sinto a presença de Connor no ambiente e abro os olhos, ele está parado me olhando, abro o box e me seco, depois visto o roupão, tudo sob seu olhar.

- Você demorou. - comento e ele parece sair de um transe.

- Ah é... fiquei no bar bebendo um drink.

- Connor eu queria pedir desculpa por tudo, pelo que falei no almoço, e por julgar você todo esse tempo, não fiz por mal.

Connor se senta na beirada da banheira e me olha, seu cabelo estava um pouco bagunçado como se tivesse passado a mão várias vezes, lindo como sempre.

- Paige quero que entenda que não vivo dessa forma pra esbanjar ou simplesmente por vaidade... Meus pais me ensinaram o valor do dinheiro, que ele deve ser conquistado, que a gente tem que trabalhar duro pra ter e depois a recompensa virá... trabalhei na adolescência com meu pai, só recebia a mesada se trabalhasse direito, na época meu pai não tinha tantos funcionários como hoje e os períodos de colheita de uvas era árduo mas eu gostava, sim nasci privilegiado mas meus pais me deram valores sólidos que carrego comigo.

- Desculpa mesmo, por tudo, fiquei mal por ter estragado nosso almoço e por ter te chateado.

- Eu dou valor a você e a tudo isso que vem conquistando, mas quero te oferecer coisas, momentos ao meu lado por que quero compartilhar isso com você, porque quero cuidar de você e porque você merece.

Meu coração fica acelerado e eu me emociono com suas palavras, me aproximo dele e o abraço, ele me olha e eu aliso seu rosto.

- Sabe, eu até cultivei um jardim com minha mãe, era bem legal na verdade.

- Você? Cuidando de um jardim?

Dou uma risada e Connor aperta minha cintura e me olha com cara de menino travesso que tanto gosto.

- Ei, não ria... Eu gostava e era um tempo que eu tinha sozinho com minha mãe só pra mim.

- Que fofo! E qual é sua flor favorita?

- Tulipas.

- Desculpa mesmo, só estava com medo de gostar demais de tudo isso... e no fim ser magoada de novo.

Connor me olha com seus olhos verdes brilhantes de forma intensa, toquei de novo o seu rosto, meu coração batia frenético dentro do peito.

- Não precisa ter medo, não vou magoar você, não intencionalmente.

Amor em JulgamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora