Capítulo trinta

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Maria Luiza


A semana começou estranha com a Luciana mandando diretas certeiras, falando para eu abrir o olho, pois nunca dá certo alguém como eu, uma qualquer, ficar abrindo as pernas para o chefe. E, que ele enjoaria rápido.

Falei para cuidar da própria vida, só que não pude estender o assunto, pois o Pedro chegou. Na primeira oportunidade, depois da chegada dele, corri para o banheiro para jogar um pouco de água no rosto. Precisava me afastar da presença negativa e carregada daquela mulher. A minha sorte é não ser adepta a usar maquiagem, pois senão estaria uma bagunça. Não demorei muito, porque sabia que o meu namorado estaria me esperando.

Discutimos brevemente. Não seria diferente. Sei que ele é teimoso, tanto quanto eu e quer cuidar de mim. Essa é a parte difícil. Sempre fui tão independente que é complicado aceitar alguém novo querendo me proteger e cuidar das coisas. Dos meus pais e do Bento já acostumei. Mas, com o Pedro, é diferente, ainda estamos na fase de adaptação, de conhecer um ao outro, confiar.

Isso requer tempo.

Não tenho razão para esconder que estou completamente apaixonada e não precisei de meses para me dar conta disso. Como não me apaixonaria pelo Pedro? Já tive uma fase de paixonite antes mesmo de conhecê-lo e, agora, sabendo o quão maravilhoso ele é, fica impossível não sentir esse mundo de carinho e amor por ele.

Fiquei em choque por ele ter descoberto as mentiras da Daniela presenciando o momento exato. Mesmo achando que ainda demorou, pois não tinha o menor cuidado para sair soltando as asneiras dela.

No entanto, o que mais mexeu comigo foi ele ter lembrado da minha amiga para a vaga da víbora demitida. Segurei a emoção, mas não contive a felicidade, os abraços e beijos de agradecimentos ao namorado mais incrível que eu poderia pedir.

No dia seguinte, a Fê veio para a empresa comigo. Teve uma reunião com a Ana, minha chefe direta, e a Lena, a psicóloga da empresa, e foi admitida. Tenho certeza que estando ali não terá o tipo de problema que enfrentou no último local de estágio e que em breve ela sairia dessa nuvem carregada que estava envolvendo sua vida.

Ao longo dos dias dessa semana fui conseguindo manter uma rotina certinha de faculdade, estágio, trabalho aqui e no trailer, e ainda namorar. Estou queimando a língua quando falava que não conseguiria conciliar alguém na minha vida durante a semana também.

Temos feito coisas simples como cinema, jantares, lanches, andar de bicicleta, mas sempre envolvendo muita conversa, brincadeiras, beijos roubados e amassos quentes no carro. Sinto que ele fica um pouco incomodado de termos que parar antes de ir mais longe, ao mesmo tempo, percebo que ele não quer me carregar para um motel qualquer e nem forçar a barra com algo do tipo. Não sei se seria forçar. Até porque eu realmente o quero. Todavia, ele demonstra um grande cuidado comigo. Não sei se é por ser mais nova, menos experiente ou por não querer ficar até muito tarde na rua durante a semana por conta de acordar cedo para as aulas.

Acho fofa a preocupação comigo, mas, também, não está fácil para mim, refrear o desejo de repetirmos tudo o que fizemos no fim de semana.

Está bem difícil segurar a vontade de beijá-lo quando o encontro nos corredores da empresa, por isso tento sempre aproveitar todos os momentos quando estamos fora e livres. Por ele não nos seguraríamos e deixaríamos evidente que estamos juntos em todos lugares.

Não conversei com ninguém sobre isso ainda. Nem com o Bento. Acho que não quero deixar o meu amigo com o pé atrás com o Pedro sem nem tê-lo conhecido ainda.

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