Capítulo trinta e quatro

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Pedro


Quarta-feira.

Nem chegou a hora do almoço ainda e já encerrei três reuniões importantes. Sigo para a minha sala, cumprimentando os funcionários que encontro pelo caminho.

Hoje acordei cedo e nadei durante um bom tempo antes de vir para o trabalho.

Jogo-me em minha cadeira e a viro para a parede de vidro, que me proporciona a imagem de vários prédios da cidade. Antigamente, quando me sentia sufocado de alguma maneira, por questões do trabalho ou problemas pessoais, sempre amei olhar para essa imensidão e ir refletindo sobre o que tivesse acontecendo até clarear as ideias e resolver o que tivesse errado.

Hoje, diferentemente de tantas outras vezes, só estou admirando à vista para tomar um fôlego para encarar a próxima obrigação. Não poderia estar me sentindo mais leve e satisfeito.

Recapitulando meus últimos dias, pareço ter recebido uma injeção de ânimo desde que comecei a namorar a Malu. Não tinha me dado conta de quão acomodado estava aqui na empresa, seguindo o fluxo, fazendo as mesmas coisas, sem perspectivas de novas situações que me deixassem mais motivado.

Estou necessitando de um novo desafio e o galpão, com certeza, será um dos grandes.

Encerrar o domingo incrível junto com a Malu, curtindo momentos quentes e deliciosos com ela foi o ponto alto, sem dúvida. Se eu já amava a minha moto, depois de domingo, ela ficou ainda mais especial e valiosa. Ela serviu de cama e de testemunha, para um dos momentos mais sublimes de amor que tive com a minha namorada.

Voltamos para a casa da minha avó para deixar a moto e seguir de carro, já que tínhamos que levar sua bolsa. Acabou que na volta já sentei na frente do computador para alinhavar todas as ideias para o galpão.

Na segunda, fechei a compra do apartamento que mais gostei e já contratei uma profissional de interiores para me ajudar a organizar tudo. Está difícil segurar a língua para não contar logo para a Malu, mas quero fazer surpresa no fim de semana. Combinamos de sair na sexta à noite para uma balada com a minha irmã e uns amigos, mas depois ela será toda minha no apartamento novo.

Ontem, aproveitei para contratar uma empresa de construção que já presta serviços há anos para a minha família para mostrar o galpão e fazer orçamentos para pôr em prática todas as ideias que tive. Não quero mais esperar.

Lembro de quanto tempo já tenho àquele lugar, mas acabei deixando em compasso de espera por querer manter uma imagem de um passado longínquo que meus pais passaram ali ou por medo de realmente arriscar e me jogar de cabeça em um novo empreendimento.

Já montei um material bacana para mostrar a minha avó e a Carol. Só quero esperar a resposta da empresa de construção com a planta e outras ideias que ficaram de dar para contar a novidade.

Vejo minha mesa apinhada de coisas para resolver, mas resolvo uma pequena mudança de planos. Confiro as horas e constato que tenho tempo mais do que suficiente.

Pego as minhas chaves e saio.


Maria Luiza


— Fê, eu preciso que você vá! — Nossa aula acabou agora, mas desde que encontrei a minha amiga, estou implorando para ela sair com a gente na sexta.

Na verdade, estou desde segunda implorando por isso. Por mais que a Fê tente forçar a barra para demonstrar que tudo está bem, sei que não é bem assim. Ela tem se isolado mais.

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