Capítulo quarenta e seis

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Pedro


- Meses depois -


— Pedro, vou dar com a minha bolsa na sua cabeça e te garanto que vou fazer de um jeito para machucar bastante. — A Carol mostra a referida arma em suas mãos.

Reclamei durante todo o almoço sobre o fato de hoje ser o último dia da Malu trabalhando diretamente comigo. O meu modo drama foi ativado com sucesso.

Eu amo a Débora como amiga e assistente, mas vou sentir uma falta absurda de ter a Malu à distância de só abrir a porta ou interfonar e em cinco segundos ela entrar na minha sala, toda linda e perfeita.

— Não aceito que o estágio dela já tenha acabado.

­— Até parece que vocês vão ficar anos sem se ver. Para de agir feito um adolescente mimado.

Me respeita, pirralha. — A abraço assim que entramos no elevador.

Estou amando ver como ela está mais aberta para o mundo e se sentindo mais segura. Começou a fazer terapia com a mesma terapeuta que a Fernanda está indo. Falando nela e na Malu, a Carol está bem próxima das duas, do Bento e outros amigos deles. Fora isso, começou aulas de dança e tem criado seu próprio grupo de amigos.

As atitudes da bruaca da Luciana acabaram afetando de modos diferentes todo mundo. A Carol começou a perceber que a proximidade com ela não era saudável. Era tóxica. Incutia na cabeça da Carol coisas negativas, levava para festas regadas a drogas e pessoas que só queriam sugar. Graças aos céus ela não tinha sido introduzida com sucesso nesse ambiente. Minha avó disse que a criação acaba se sobrepondo a situações como essas. Segundo ela, não foi esse estilo de vida que a minha irmã foi ensinada a aceitar, então, uma barreira fora criada para afastar.

Não sei se viajo tanto nessas explicações, mas só posso dizer que fico mais do que satisfeito por ver minha irmã bem.

— Boa tarde, senhores. — A Malu nos recepciona sorridente enquanto termina de assinar uma entrega de um office boy.

— A senhorita não está muito feliz para quem está prestes a me abandonar não? — Cruzo os braços sem me aproximar mais dela.

— Não exagera, você vai ter sua fiel escudeira novamente e nem vai se lembrar de mim. — Responde petulante.

— Se continuar chorando por sua causa, vou pedir demissão. Filho, eu já tenho um e não tenho a menor pretensão de adotar um marmanjo velho como esse senhor aqui não.

— Bem-vinda, Débora! — A Carol vai logo abraça-la.

Nem me dou conta quando a Malu para ao meu lado e me abraça.

— Corta esse bico. — Ela me beija de leve, sem deixar de olhar em meus olhos. — Se estiver preocupado por medo de sentir falta de eu ficar te chamando de senhor, prometo fazer isso todas as noites que passarmos juntinhos. — Sussurra a última parte sem me dar tempo de responder e me deixa para abraçar a Débora.

— Como vai, chefe? — A Débora deixa para me cumprimentar por último.

— Apesar do pesares, feliz com a sua volta. — Também recebo um abraço dela. — Agora, todas ao trabalho, chega de papo.

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