Capítulo trinta e seis

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Pedro


Essa noite fiquei só na água com gás, servida com rodelas de limão e gelo. Esse estava longe de ser meu plano inicial. Queria festejar o fato das coisas estarem indo bem, mas acabei mudando de ideia depois da ida ao trailer.

Ao invés de ir com um motorista como havia pensado, fui de carro para deixar as meninas em casa. Fiz isso com a Fê, depois com a Carol e agora sigo para o apartamento em que estou morando oficialmente desde ontem, com a Malu dormindo no banco do carona ao lado.

Minha vontade é de deixar que durma direto e leva-la até o apartamento no colo para que acorde lá dentro, mas duvido muito conseguir essa proeza, pois já notei que ela tem o sono leve.

Paro na garagem e assim que abro a porta do carona, ela logo desperta, pelo menos aparentemente. Acho que está longe de saber onde está.

— Já chegamos ao hotel?

— Quase isso. — Seguro a informação.

Noto que está bastante sonolenta e a pego no colo. Depois volto para pegar a bolsa com suas roupas, talvez no momento em que mostrar o lado do closet que reservei para que possa deixar algumas peças suas aqui.

— Sou muito pesada para você me carregar.

— Até parece. Seu namorado só tem cara de nerd, minha identidade secreta é parecida com a do incrível Hulk. — Beijo sua cabeça, enquanto dou um jeito para apertar o botão para chamar o elevador.

— Se você diz. — Fala e se aconchega ainda mais no meu peito.

Meu coração infla de emoção pela confiança que deposita em mim. Espero que isso nunca mude. Sei que em um relacionamento existe uma lista de coisas, sentimentos e pontos para serem elencados como essenciais ou mais importantes. Confiança está dentre os principais ao meu ver. Difícil acreditar que há amor de verdade, se não houver confiança no outro.

Chegando ao andar do meu apartamento, apoio o corpo da Malu no meu joelho com cuidado para ter uma mão livre para acionar o sensor que abre a porta com a minha digital. Tem acesso por chave também ou senha numérica.

Entro com ela ainda em meus braços e sigo direto para o quarto. Ela desperta assim que a coloco na cama.

— Vamos tirar esse vestido para você ficar mais confortável. — Digo, já retirando seus saltos. Em seguida, ela se vira na cama para me dar acesso ao zíper na lateral do seu corpo.

— Preciso de um banho. — Ela murmura e se senta.

— Tem certeza? — Assente. — Tudo bem, vou te ajudar.

Entro no chuveiro morninho com a Malu. Ela não parece estar muito desperta, mas faz tudo no automático. Conforme a maquiagem dela vai sendo levada pela água, vejo as marcas embaixo de seus olhos que entregam seu cansaço.

São quase quatro da manhã e ela deve estar acordada a quase vinte e duas horas direto, já que acorda por volta das seis para ir a faculdade, isso quando não levanta antes para fazer doces. Estuda a manhã toda, trabalha comigo, depois com os pais, encarou essa saída até tarde e ainda quis um banho.

Às vezes me esqueço de toda essa saga que ela encara diariamente.

O banho é rápido. Seco seu corpo, pego uma camiseta minha que deixei perto de uma toalha nova que separei para ela e coloco nela. Seco-me, enquanto ela escova os dentes e depois faço o mesmo que ela.

O cansaço e o sono ficam tão evidentes que ela nem repara em nada. Nos detalhes do banheiro, pessoais demais para serem de um hotel; em algumas roupas minhas penduradas; e, nem em meus produtos de higiene arrumados.

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