Maria Luiza
Espreguiço-me bem lentamente.
Conforme vou me esticando, sinto pontadinhas, pois não chegam a ser dores, em pontos bem específicos do meu corpo. Isso me lembra que minha resistência física está uma droga, mas não me incomodo com essas sensações, porque me recordam dos momentos deliciosos que vivi.
Pisco até me acostumar com a parca luminosidade. Um pouco da claridade do sol consegue passagem por várias frestinhas da cortina mal fechada. Observo os lugares onde sua luz bate.
Porta, mesa, entrada do banheiro, minha mala no canto quarto, minha perna, bunda do Pedro...
Não tem como não parar nesse foco especificamente. Difícil é segurar a vontade de me inclinar até ela e não beijar, morder... Daqui noto uma marca de dentes e lembro de ontem. Pois é, já fiz tudo isso ontem e durante a madrugada, mas o desejo de repetir está bem vivo em minha mente.
Minha inexperiência estava me deixando uma pilha de nervos durante todo o sábado e adiantei pouca coisa do que havia planejado. Complicado explicar o nível do desespero, talvez se assemelhasse se eu fosse chamada para debater sobre psicanálise com Freud em pessoa para uma legião de profissionais da área.
Tenso!
Resolvi tomar um banho demorado, vesti-me como havia planejado e deitei para ouvir música para dar uma relaxada. Quando acordei e escutei o barulho do chuveiro, não era mais nervosismo o que eu sentia. Estava ansiosa, desejosa, mas não com medo.
Ao vê-lo saindo do banheiro, só consegui dar voz a minha vontade de estar com ele, de ser dele e fui. Aproveitei, fui aproveitada, aproveitamos e nos conhecemos mutuamente de um modo muito mais íntimo. Nem se eu parasse para tentar imaginar cada instante de tudo o que fizemos sairia tudo tão perfeito.
Não sou inocente a jogar apenas a ligação sexual como sendo importante, mas foi precioso demais saber e sentir toda a intensidade que nos envolveu. Os outros pontos da relação vêm sendo trabalhados desde que nos conhecemos praticamente. O conforto com a nossa nudez, o lanche tardio que pedimos, as conversas sussurradas, as brincadeiras cheias de promessas, só reforçaram ainda mais o nosso relacionamento.
Na hora "h", em nenhum momento lembrei de quantas ele já levou para cama antes de mim e muito menos a minha inexperiência. Mais do que nunca a minha tatuagem pareceu fazer ainda mais sentido para mim. Nas horas mais importantes, de maior necessidade, o que valerá é o que nossos corações nos fizerem sentir.
Nunca me senti tão confortável com alguém e com a minha nudez como estou agora com o Pedro. Ele venerou meu corpo em todos momentos que pôde e me fez sentir tão linda antes de cairmos de exaustão e pegarmos no sono.
Faço menção de me levantar, mas um braço forte ganha vida e me prende pela cintura.
— Está muito cedo. — Murmura com o rosto enfiado no travesseiro, duvido que tenha sequer aberto os olhos para conferir que horas são.
— Não duvido disso.
— Então não levanta. — Ele me puxa para mais perto, fazendo com que nos deitemos um de frente para o outro e beija a minha boca preguiçosamente. — Consigo enxergar o seu cérebro trabalhando sem parar aí dentro dessa sua cabecinha linda. Está pensando em quê?
— Em nós dois.
— Dando nota para o meu desempenho, por acaso? — Ele puxa meu corpo para mais perto do seu, apertando a minha bunda nua no processo, sem o menor pudor.
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Destino marcado - COMPLETO
RomanceO livro será postado até o epílogo na plataforma. Ele já se encontra completo e disponível no site da Amazon, contendo dois capítulos de bônus, que são exclusivos da publicação lá. O livro ficará disponível até 20/03/2021 na íntegra antes de ser ret...