Um Misto de Emoções

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- A Diretora McGonagall me informou que aceitou o cargo como Professor de Poções. – Slughorn disse depois de manda-lo se sentar.

Draco Malfoy assentiu.

- Sim.

- Não sabia que tinha interesse em lecionar. Apesar de tudo, sua família ainda exerce influência suficiente no ministério para lhe conseguir um cargo de alta patente. – ele se serviu de uma taça de hidromel – O Sr. E Sra. Malfoy apoiam sua decisão?

Draco lutou contra o impulso de lhe dar uma resposta irônica.

- Não, senhor.

Slughorn bebeu, os olhos presos no rapaz.

- Acha sábio contrariar pessoas tão poderosas?

Draco quase inclinou a cabeça e arqueou uma sobrancelha. Onde o velho queria chegar?

- Não acho que as escolhas e opiniões dos meus pais são relevantes nesse assunto.

O professor baixou o olhar.

- Certamente o senhor é mais adequado para um cargo no ministério.

- Com todo respeito, senhor, prefiro fazer minhas próprias escolhas.

O velho suspirou como se estivesse exausto.

- Essas crianças precisam de boas influencias, Malfoy. Não se trata apenas de lecionar. Muitos dos alunos que estão e estarão aqui são vítimas da guerra, crianças que tiveram seus familiares sequestrados, torturados, mortos por comensais da mortes. – ele ergueu os olhos para encará-lo – Como você.

Draco fez o possível para sustentar o olhar dele enquanto as mãos se fechavam em punhos sobre as pernas.

- Eu não sou um comensal da morte.

Slughorn olhou na direção de seu pulso onde uma cicatriz escura permanecia mesmo que a marca tivesse se apagado com a morte de Voldemort.

- Não?

- Não, senhor. – ele manteve a voz firme.

Os olhos do professor se ergueram.

- Não é da minha conta quem a Diretora escolhe para ocupar os cargos de Professor, mas saiba que não estou satisfeito.

Draco o encarou.

- O senhor não precisa gostar de mim ou quaisquer de seus alunos. – disse ele – Espero apenas que seja justo ao me avaliar como faria com qualquer outro.

Slughorn desviou os olhos e gesticulou uma dispensa.

- Vá. – disse apenas, à guisa de despedida.

Draco se levantou e estava pronto para sair pisando duro, mas se impediu e se voltou ao professor uma última vez.

- Não vou tentar convencê-lo de que mudei. – disse – Mas quero que saiba que minhas intenções em relação à Hermione Granger não são nada se não puras. Ficarei ao lado dela enquanto ela me aceitar a despeito de acreditarem ou não em mim. Nunca vou machuca-la de maneira alguma e não pouparei esforços para protege-la de pessoas como os meus pais. – o professor apenas o fitava, a taça parada a meio caminho dos lábios – Uma boa noite para o senhor. – Draco concluiu.

Ele se virou sem esperar resposta e saiu da saleta.

***

O pássaro de papel levantou voo e atravessou as escadarias, subindo e subindo. Passou por estudantes que seguiam em direção aos dormitórios e fugiu dos monitores que os observavam. Cortou por uma entrada para o sétimo andar e bateu as asas ziguezagueando pelo corredor da mulher gorda até o retrato onde pousou e esperou.

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