Uma Questão de Experiência

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Hermione suspirou ao terminar de redigir a última palavra do dever de Feitiços e massageou a mão dolorida enquanto olhava pela janela. O sol brilhava do lado de fora e, pela primeira vez em semanas, ela não estava encolhida sob o cachecol vermelho e dourado e o frio dos corredores de estantes repletas de livros não a incomodava.

Ela tinha encontrado um lugar reservado bem no fundo, longe do rumor que os calouros faziam ao procurarem desesperadamente as respostas para os deveres nos livros do primeiro ano. Ela tinha sido assim também, virando página após página após página, devorando livro após livro, rabiscando incessantemente anotações em pergaminhos. Se perguntava, agora, se seus veteranos tinham se sentido tão incomodados quanto ela se sentira com os ruídos constantes das penas sobre o papel, o virar das páginas e os murmúrios ansiosos.

Suspirou. Tudo tinha mudado. Agora uma tranquilidade recaia sobre ela enquanto estudava, sem pressa para entender tudo que havia nos livros, decorar todo e cada encantamento. Não havia mais a pressão para atender aos altos padrões que ela se impusera, de algum modo, estava satisfeita consigo mesma, confiante em suas habilidades. Sobreviver ao ano anterior, vencer aquela guerra, tinha lhe aberto os olhos.

E então havia Draco Malfoy. Que estava sempre em sua mente, mesmo que em segundo plano; uma fonte constante de prazer, preocupação, conforto e segurança. O relacionamento deles estava evoluindo rápido e mesmo sabendo disso, Hermione queria continuar avançando com ele, curiosa para saber onde aquele amor os levaria. E deveria ser assustador, mas ela não sentia medo com ele. Parecia simplesmente certo. Pacífico, como encontrar uma parte que ela não sabia que estava faltando. Ele se encaixava e não havia arrestas a serem corrigidas. Amava tudo nele, as qualidades se complementavam, boas e ruins, tornando-o perfeito. E Hermione ainda se pegava reparando naquelas características que ele jamais tinha mudado, aquelas que sempre estiveram lá, que ela ignorara ou se negara a reconhecer, coisas que ela agora não se via sem. Ela podia se imaginar com ele, construindo um futuro ao lado dele, rindo e chorando, vivendo e envelhecendo juntos.

Pouco mais de um mês tinha se passado desde aquele beijo no baile. Só alguns meses desde que começaram uma amizade. E, no entanto, ela se sentia como se se amassem há anos.

- Aí está você!

Hermione saltou do lugar onde estava, o coração acelerado enquanto ela alcançava a varinha.

Draco riu e a beijou no rosto antes de jogar a bolsa pesada na mesa e deixar o corpo cair numa cadeira, completamente relaxado.

- Fez um bom trabalho se não queria ser encontrada. – disse ele – Nem sei se consigo achar o caminho de volta para fora da biblioteca.

Ela se empertigou.

- É bom que você esteja na companhia de alguém tão inteligente como eu, então.

- Por que está escondida aqui? – ele se inclinou, pegando um cacho dos cabelos dela, entrelaçando-os nos dedos longos.

- Vim fazer o dever de Feitiços. – disse, encantada com a delicadeza do gesto dele – É o único lugar silencioso que encontrei.

- Hum. – murmurou ele e cortou a distância entre eles, arrumando os cabelos dela para trás do ombro enquanto roçava o nariz na pele exposta do pescoço – Consigo pensar em outras vantagens desse lugar. – sussurrou, o hálito quente contra a pele dela.

Hermione sentiu os pelos dos braços arrepiarem e os dedos dos pés contraírem.

- Se Madame Pince nos pegar aqui...

- Então fique quieta. – ele depositou um beijo úmido na curva do ombro dela que acordou todos os nervos do seu corpo.

Então Draco se ajoelhou no chão diante da cadeira dela e as mãos dele desceram de sua cintura para as pernas, puxando o tecido da saia para cima. Um sorriso malicioso brotou em seus lábios e ela não conseguiu tirar os olhos dos dele enquanto ele se encaixava entre suas pernas que levitaram levemente para cima, como se uma mão invisível e delicada as puxasse.

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