- Ei, Mione! – Harry e Ron correram para alcança-la depois da aula.
Ela parou e pousou ambas as mãos na cintura.
- O que foi?
Eles trocaram olhares temerosos diante da postura defensiva dela.
- Para onde está indo? – Harry perguntou.
- Estudar. – mentiu ela.
- Podemos ir junto? – Ron se voluntariou.
Ela levantou uma sobrancelha.
- Você não precisa ir encontrar Ginny na quadra? – quis saber, encarando os olhos verdes de Harry.
Ele corou. Que previsível.
- Ainda tem um tempo até o treino de quadribol.
Hermione suspirou.
- Não preciso de companhia, vocês podem ir direto para lá.
Ela fez menção de retomar a caminhada, mas Ron segurou seu braço.
- Por que não vai assistir nosso treino? – sugeriu.
Hermione se desvencilhou dele.
- Por que eu deveria? Vocês já tem plateia suficiente com todas aquelas garotas lá... E eu preciso estudar.
Harry umedeceu os lábios.
- Você está indo encontrar Malfoy, Mione? – perguntou com cautela.
Ah.
- Então é por isso? – soltou um riso sarcástico – Estão dando desculpas para me impedir de encontra-lo? Qual o problema de vocês? Acham que não sei me cuidar?
- Talvez você não esteja vendo com clareza... – Harry começou.
- É Draco Malfoy, Hermione! – Ron o interrompeu, impaciente – Draco Malfoy! Que a chamava de sangue-ruim e coisas pior! Ele ficou lá olhando enquanto a tia dele torturava você! Ficamos presos na droga do porão da casa dele! Quase morremos por causa dele inúmeras vezes!
- E daí? – ela quase cuspiu as palavras, as lagrimas ardendo em seus olhos – As pessoas mudam. Ele lutou conosco naquela batalha! Se recusou a reconhecê-lo quando nos capturaram, Harry!
Ele baixou os olhos verdes.
- Mas tirou nossas varinhas, Mione. Botou fogo naquela sala...
Ela trincou os dentes.
- Nós também estávamos lá, Mione. – Ron suspirou exasperado – Ouvimos seus gritos enquanto torturavam você. Torturaram você. Você não tem noção...
- Não tenho noção? – ela o empurrou – Eu senti a dor, Ronald Weasley!
- Mione... – Harry interveio apaziguador.
- E você! – ela se virou para ele, gesticulando com as mãos em punhos, procurando as palavras, sem conseguir encontra-las.
Hermione rosnou para eles, rosnou mesmo, furiosa, girou nos calcanhares e disparou pelo corredor, o corpo todo enrijecido pela raiva, os passos tão firmes e fortes que seus pés doeram.
Eles não a seguiram, graças aos céus, e ela ainda rosnava baixinho quando alcançou aquele corredor no sétimo andar e a parede se transformou naquela porta familiar.
Ela entrou, batendo a porta atrás de si, jogando a bolsa no chão e liberando o grito que apertava em sua garganta.
Charlie saltou de onde estava para longe dela e Draco arregalou os olhos cinza, petrificado de surpresa.
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Sala Precisa
FanfictionEra o último ano deles em Hogwarts, afinal. Um última oportunidade para perdoar e formar amizades - e até amores - duradouros.