A Última Partida de Quadribol

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Hermione agarrava o beiral da torre da torcida da Grifinória em seu lugar ao lado de Luna – que estava vestindo seu chapéu de leão – enquanto os jogadores passavam zunindo acima e abaixo deles. A campainha tocou e o narrador anunciou dez pontos para a Sonserina. A torcida verde e prateada do outro lado do campo vibrava.

- As pontuações estão bem equilibradas. – Luna observou com sua voz calma.

Hermione mordia o lábio, trocando o peso de uma perna para o outra, o rosto erguido, os olhos castanhos acompanhando cada movimento do borrão verde-esmeralda com cabelos brancos. Ele ziguezagueava pelas nuvens perseguindo um quase invisível pontinho dourado. Harry em seu encalço. Eles mergulharam do céu em direção ao chão e os gritos de "vai, Potter" ficaram mais altos. O pomo mudou de direção e Draco girou no ar para persegui-lo pelo meio do campo, desviando quando um dos balaços passou a poucos centímetros de sua cabeça. A torcida da Sonserina xingou e vaiou quando mais um balaço quase o atingiu e ele perdeu vistas do pomo por um instante, mas logo avistou Harry perto do gramado abaixo da marquise e mergulhou na direção dele.

A campainha tocou.

- 10 pontos para Grifinória!

Seus companheiros pulavam ao redor dela, gritando incentivos para o time. "Acabe com ele, Potter" ela ouviu alguém dizer e se virou para lançar um olhar repreendedor para quem quer que fosse, mas um grito alto chamou sua atenção de volta para o jogo a tempo de ver um balaço acertar o apanhador da Sonserina na cabeça.

O coração de Hermione desceu para o estômago quando o viu despencar desacordado do céu e aterrissar com um terrível 'crack' no gramado onde ele permaneceu imóvel numa posição impossível.

Um silêncio aterrador tomou o estádio em ambas as torcidas e o jogo foi interrompido. Professores se aproximaram do corpo quebrado dele e o levaram às pressas de volta ao castelo enquanto o restante retomava a partida. Hermione abriu caminho desesperada entre os colegas, descendo as arquibancadas para se juntar ao grupo de professores e alguns alunos que circundavam a maca flutuante. McGonagall mandou que todos se afastassem, pôs uma mão na maca e desaparatou.

Hermione não conseguia respirar.

Ela correu para dentro do castelo e escadas acima na direção da enfermaria.

Eles o tinham deitado numa das camas brancas e Madame Pomfrey o examinava sob o olhar preocupado da diretora. Ele não estava se movendo, os olhos estavam fechados, os cabelos encharcados de vermelho.

- Costelas quebradas. – a enfermeira suspirou enquanto passava a varinha e murmurava os feitiços diagnósticos – Braço quebrado. A perna também, ao que parece. – ela lançou um olhar para a perna impossivelmente torta – Uma concussão grave na cabeça. Talvez deixe sequelas, saberemos se ele acordar.

- Se? – a voz de Hermione saiu esganiçada.

As duas mulheres olharam para ela.

- Srta. Granger. O que faz aqui? – Madame Pomfrey perguntou.

- Ela e o Sr. Malfoy são bastante próximos, Poppy. – McGonagall explicou.

- Ele pode não acordar? – Hermione se aproximou da cama, os olhos fixos na enorme quantidade de sangue que tingia os cabelos brancos dele.

- O Sr. Malfoy deve acordar em algum momento, mas não sabemos quando, vai depender dele. – ela explicou e notou o horror nos olhos da garota enquanto ela fitava o sangue manchando o travesseiro branco – Ele não está mais sangrando. – acrescentou.

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