O Patrono

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Hermione observava Draco com uma sobrancelha erguida enquanto ele sacudia nervosamente um dos pés, as mãos enfiadas nos bolsos do robe, um sorriso forçado nos lábios enquanto conversava com seus colegas de Casa que pareciam tão nervosos e angustiados quanto ele, todos escondendo suas aflições atrás de sorrisos pretensiosos.

Os alunos do sétimo ano tinham sido separados por Casas e esperavam sentados em longos bancos no Salão Principal pelo exame individual prático de Defesa Contra as Artes das Trevas que seria administrado por quatro oficiais do ministério nas quatro cabines de paredes altas dispostas no meio do salão, cada uma com o brasão de uma das Nobres Casas de Hogwarts. Esse ano eles estariam testando habilidades nunca antes requisitadas como legilimência, oclumência e feitiços complexos de proteção e defesa como o Patrono.

Draco suspirou e estalou o pescoço de um lado para o outro. Seus olhos vagaram para o grupo vermelho e dourado da Grifinória e encontraram os olhos castanhos de Hermione já presos nele. Ele sorriu para ela, piscou um olho e observou deliciado enquanto os lábios dela se abriam num sorriso e as bochechas coravam. Ele adorava como depois de tudo o que já tinham vivido ela ainda corava por causa dele.

- Sr. Malfoy. – o oficial do ministério chamou num tom monótono.

Draco pressionou os lábios numa linha rígida e acenou para Hermione antes de acompanhar o homem até a cabine.

Havia um feitiço de extensão que tornava a cabine três ou quatro vezes maior do que parecia por fora; espaço suficiente para um duelo bruxo. De fato, do outro lado da sala havia um manequim de ferro em posição com uma varinha na mão.

O avaliador se sentou numa cadeira simples perto da parede.

- Muito bem, Sr. Malfoy, vamos começar.

A primeira etapa consistia em feitiços de ataque e defesa, básicos e elaborados – que incluiu resistência a uma simulação da maldição da morte. Na segunda etapa, o oficial o fez usar os feitiços de proteção e na terceira etapa, Draco se surpreendeu com uma série de criaturas mágicas das quais precisou se defender com o feitiço correto – ele percebeu que as coisas eram mais uma miragem e desvaneciam no ar assim que ele as derrotava. Havia um bicho-papão, um grindylow, barretes-vermelhos e várias outras criaturas do tipo. Draco ficou surpreso, no entanto, quando se viu cara a cara com o que ele sabia ser um inferi. Ele afastou a coisa com um feitiço de conjuração de fogo, então houve uma pausa em que o oficial apenas rabiscou em sua prancheta e a sala caiu num silêncio gélido, a pouca luz da sala diminuiu e Draco acomodou a varinha em sua mão. Conhecia a sensação. Aquela, no entanto, era apenas uma simulação empobrecida do verdadeiro horror da coisa que ele enfrentaria a seguir.

Draco inspirou quando o dementador flutuou do outro lado da sala na direção dele. Ele nunca conjurara um patrono. Draco recuou um passo, os olhos presos no dementador que se aproximava. "Uma lembrança feliz. Pense numa maldita lembrança feliz". Ele vasculhou a mente a procura de alguma lembrança, mas tudo que lhe veio a mente foram os horrores da guerra. Hermione chorando e gritando no chão da mansão.

O dementador se aproximou. Draco segurou sua varinha com mais força. Hermione. Então lembranças dela encheram sua mente; o modo como ela ainda corava quando ele a provocava, seus sorrisos maliciosos, seus abraços quentes, o som delicioso de sua risada, o gosto de sua boca, o som maravilhoso que ela produzia quando...

Draco ergueu a varinha, deixando as memórias do ultimo ano preenche-lo.

- Expecto Patronum!

E para a surpresa dele e de seu examinador, sua varinha emitiu um forte brilho branco que tomou a forma de um dragão e saiu batendo as asas pela sala, rugindo na direção do falso dementador que desapareceu no ar como as outras criaturas. Draco observou maravilhado enquanto seu dragão planava pelo teto, circulando a sala.

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