Hermione precisou de toda a sua força de vontade para finalmente se desvencilhar de Draco na cama e começar a fechar os botões de sua camisa. Ela o observou se levantar em toda sua glória masculina, sem nenhum pudor, e começar a se vestir com um suspiro resignado enquanto Hermione fazia o possível para conter a ânsia de puxá-lo de volta para o colchão.
Ela se levantou quando ele começou a vestir a camisa e o ajudou a fechar os botões, aproveitando cada oportunidade para tocar a pele por baixo. Amarrou a gravata com as cores da Sonserina em volta do pescoço dele e esperou que ele vestisse o robe que completava o uniforme. A ansiedade e o medo de serem interceptados finalmente retornando à sua mente. Era um longo caminho estreito até a superfície.
Draco puxou a mão dela quando terminou de se vestir e sacou a própria varinha.
- Venha comigo, grifinória. – ele sorriu torto.
Ela deixou que ele a puxasse para fora do dormitório masculino e escadas acima até a porta para a sala comunal. Draco parou por um instante, ouvindo, então abriu a porta e o calor aconchegante da sala os recebeu com um abraço envolvente. Hermione fez menção de atravessar a sala para a outra porta, mas Draco a impediu, apertando sua mão na dele e a puxou para trás das cortinas verde-esmeralda e prata. Ele tocou a pedra por baixo com a varinha e uma maçaneta apareceu na pedra. Ele pôs o dedo indicador sobre o lábio em sinal de silêncio e abriu a porta de ferro que agora ocupava o lugar das pedras. Ao lado da porta uma janela dava vista para o fundo do lago negro. Hermione hesitou, seu cérebro lógico gritando que aquilo era impossível.
Draco riu da hesitação dela e a puxou pela passagem escura. Hermione fechou os olhos com força e o seguiu, prendendo a respiração.
- Ai. – ela reclamou quando algo caiu sobre sua cabeça.
Draco riu na escuridão.
- Lumus.
A varinha dele iluminou o que parecia ser a parte interna de um armário de vassouras e Hermione empurrou os cabos que tinham caído sobre ela para o outro lado antes de erguer os olhos para encará-lo.
- Um aviso teria sido bom. – resmungou.
- Achou mesmo que a masmorra da Sonserina teria apenas uma saída? – ele arqueou uma sobrancelha.
- Por que Nott não me levou por uma dessas entradas secretas, então? Parecem bem mais rápidas e agradáveis do que as escadas escuras.
- Talvez pelo drama? – ele deu de ombros sorrindo e a puxou para fora do armário, olhando ao redor para se situar – A saída está sempre dando para lugares diferentes do castelo, então não é muito conhecida e utilizada. – explicou ele – Uma vez acabei dentro das estufas no meio de uma aula do primeiro ano. Uma vez que você sai, não dá para voltar.
Hermione alisou suas vestes amassadas e passou os dedos pelos cabelos enquanto ele erguia uma sobrancelha.
- Não faça isso, parece suspeito demais. – segurou a mão dela para impedi-la – Acabamos de sair de um armário de vassouras.
Ela sentiu o rosto aquecer.
- Um armário de vassouras é melhor do que o dormitório masculino da Sonserina. – retrucou ela.
Ele sorriu.
- Será? – ele se aproximou e Hermione recuou para a parede enquanto ele a prendia com seu corpo – Gostaria de dar uma chance ao armário? – ele arqueou uma sobrancelha.
Hermione mordeu o lábio, corando furiosamente.
- Pare com isso, nós ainda temos que visitar a enfermaria.
Draco franziu o cenho.
- Para quê?
- Para que Madame Pomfrey examine você.
Ele a libertou, recuando para o corredor.
- Eu estou bem. Foi só um pesadelo.
Hermione pousou as mãos na cintura e o encarou.
- Ok, talvez esteja um pouco dolorido. – admitiu diante do olhar dela – Mas isso provavelmente é culpa sua, por me deixar fazer todo o trabalho pesado. – sorriu maliciosamente.
Hermione o acertou no ombro e Draco riu, recuando.
- Pelo menos coma alguma coisa então.
Ele revirou os olhos e sacou a varinha, conjurando uma maça verde.
- Satisfeita? – arqueou uma sobrancelha enquanto jogava a maça e a pegava de volta no ar.
Ela fez uma careta.
- Creio que vá servir por enquanto.
Draco sorriu e passou o braço pelos ombros dela.
- Que aula você tem no último período?
Ela suspirou.
- Já perdi o resto das aulas de hoje.
- Bem, pelo menos valeu a pena.
Ela o fitou pelo canto dos olhos; ele estampava aquele sorriso torto, malicioso e maravilhoso nos lábios avermelhados e úmidos pelo sulco da maça que ele acabara de morder. Hermione sorriu de volta e passou o braço por baixo da capa dele, envolvendo a cintura.
- Pode-se dizer que sim. – admitiu, para o deleite dele.
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Sala Precisa
FanfictionEra o último ano deles em Hogwarts, afinal. Um última oportunidade para perdoar e formar amizades - e até amores - duradouros.