O Baile de Natal

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Ela estava linda. Ainda mais do que no baile de Inverno do torneio tribruxo anos atrás. Usava um vestido vermelho com corpete de cetim, a saia se abria num 'A' ao redor da cintura alta com detalhes em dourado, abaixo dela, o cetim era substituído por camadas e mais camadas de um musseline vermelho esvoaçante que se abria em muitas fendas que lhe davam grande liberdade de movimento, todas ocultas pela quantidade de tecido, cada passo era como se ela flutuasse no chão. O decote era alto, com mangas de renda cobrindo os ombros. A tatuagem escura na parte interna do antebraço, uma borboleta com uma das asas em arabescos e florais, se destacava contra a pele clara, escondendo a cicatriz que ainda permanecera apesar das inúmeras curas pela qual tinha passado. Um manto grosso, branco e felpudo cobria seus ombros e pescoço, caindo por cima do vestido para protege-la do frio na caminhada até o salão.

- Vamos? – ela corou diante do olhar surpreso dele.

Ele piscou, como se despertando de um transe.

- Eu não deveria ficar surpreso. – ele balançou a cabeça – Você está linda, Granger.

Ela corou e sorriu. Ele também estava. A camisa e o colete branco contrastavam com a gravata e a capa pretas. Seus olhos brilhavam como joias recém polidas e apesar de ter penteado os fios loiros para trás, mechas ainda caiam sobre as sobrancelhas quando ele movia a cabeça lhe ressaltando aquele ar de arrogância ousada.

Ele remexeu nos bolsos internos da capa e tirou uma caixinha pequena, verde-escura, envolta numa fita prateada de cetim e estendeu para ela.

- Feliz Natal. – sorriu, hesitante.

Ela arqueou uma sobrancelha, aceitando a caixa.

- Verde e prateado?

O sorriso dele se alargou.

- Em comemoração à sua nova apreciação à mim.

Ela bufou e puxou a fita, desmanchando o laço antes de abrir a caixinha.

- Espero que não tenha sido um presente rejeitado de alguma garota da Sonserina que você decidiu passar adiante. – resmungou enquanto abria.

- Claro que não. Foi feito especialmente para você com os restos de alguma herança de família em minha posse. – garantiu ele com um sorriso.

Ela sorriu e suspirou quando viu a delicada pulseira prateada dentro da caixa com um único pingente na forma de um amasso, com as orelhas compridas e o rabo de leão retorcido. O pingente era pequeno e discreto, os olhos do amasso eram um par de minúsculos diamantes.

- É lindo! – ela ergueu os olhos para ele – Deve ter sido caro...

- Não se preocupe com isso. – ele puxou a pulseira dos seus dedos e envolveu seu pulso com a corrente delicada – Para que tenha uma lembrança mais agradável de mim. – prendeu o fecho e passou os dedos pela tatuagem exposta no antebraço dela.

Ela sorriu.

- Como se eu precisasse de uma lembrança mais agradável de você.

Ele ergueu os olhos para encará-la, um sorriso brincando no canto dos lábios.

- Verdade. Sempre teremos aquele beijo na Sala Precisa.

Ela corou e o socou de leve no ombro enquanto ele ria.

- Vamos logo, Malfoy. – se apressou adiante.

Ele a alcançou com facilidade, puxando sua mão para entrelaçar seus braços.

***

Eles compartilharam uma mesa com Luna e Rolf e alguns outros. A Diretora McGonagall fez um discurso breve, exaltando o momento de paz no qual entravam depois das tristezas da guerra e desejou que todos se divertissem naquela noite – com moderação, é claro.

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