O Banquete de Encerramento

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- Hoje chegamos ao fim de mais um ano letivo. O primeiro depois da terrível Batalha que não apenas destruiu nosso castelo, mas também levou para sempre a vida de centenas de bruxos e bruxas, muitos desses eram membros estimados do corpo escolar, professores, funcionários e alunos; colegas de todas as Nobre Casas de Hogwarts. E, apesar deste ter sido o primeiro ano em muito tempo sem a interferência e a influência das trevas pairando sobre nós, eu não diria, de forma alguma que este foi um ano impassível ou sem grandes acontecimentos. – Minerva McGonagall sorriu ao passar os olhos pelos rostos que ocupavam as quatro mesas compridas diante dela – Esse ano eu os vi voltar a serem as crianças despreocupadas que deveriam ter sido desde sempre. – os olhos azuis da diretora faiscaram na direção do Trio de Ouro – Eu os vi vivenciarem a plenitude de suas habilidades e descobrirem amizades e amores inestimáveis. Este ano eu vi, pela primeira vez em muito, muito tempo, união entre as Casas. Eu vi preconceitos caírem por terra, antigas crenças serem renovadas. Vi crescimento, maturidade e, acima de tudo isso, vi o amor florescer onde parecia impossível. – ela sorriu para si mesma – Este ano, mais do que nunca, vi o verde da Sonserina, o vermelho da Grifinória, o azul da Corvinal e o amarelo da Lufa-lufa compartilharem mesas, andando lado-a-lado pelos corredores e se sentando juntos nas aulas. – ela deixou escapar uma lágrima – Meus queridos, eu estou orgulhosa de vocês. Todos vocês. E àqueles que partirão para uma nova vida fora daqui, quero que saibam que Hogwarts sempre será sua casa e que nossas portas estarão abertas para recebe-los sempre e que nossas bibliotecas estarão a sua disposição sempre que precisarem de mais conhecimento. Desejo a todos vocês uma vida de realizações e alegrias. – ela respirou profundamente – É com imensa tristeza e prazer que eu declaro este ano encerrado! Vocês estão dispensados!

E com isso, o salão explodiu em gritos, palmas, risos, choros e assovios. Chapéus foram jogados para o alto e alunos se levantaram de suas mesas; as cores das quatro Casas se misturando exatamente como McGonagall tinha estado tão orgulhosa de ver.

Draco trocou gracejos com seus amigos do outro lado do salão enquanto Hermione abraçava Harry, Ron e Ginny. Ambos se separaram de seus companheiros de Casa e começaram a cortar a multidão ao mesmo tempo, com sorrisos nos lábios, os olhos procurando entre os alunos.

Eles se encontraram às portas do salão. Draco lhe estendeu a mão e ela entrelaçou os dedos aos dele.

- Uma última escapada? – ofereceu o sonserino com um sorriso travesso.

Hermione riu e assentiu e ele a puxou escadas acima, deixando o salão em direção ao corredor no sétimo andar onde ele parou e acenou com a varinha, o skate que ele contrabandeara para Hogwarts apareceu em sua mão e ele o pousou no piso, estendendo uma mão para ela.

- Uma carona? – o sorriso dele era convidativo demais para que ela negasse.

Com uma risadinha, Hermione deixou que a ajudasse a subir na prancha, os braços ao redor do torso dele, os pés entre os dele.

- Onde vamos? – perguntou ela com um sorriso quando ele começou a remar, deslizando-os pelo corredor vazio.

- Para a Sala Precisa. – disse ele, os braços ao redor dela, mantendo-a segura conforme ele guiava.

Ela soltou uma risadinha.

- Você sabe que devemos voltar aos dormitórios essa noite, não sabe?

Ele lhe lançou um olhar e um sorriso maliciosos.

- Você só pensa naquilo, uh?

Hermione corou.

- Eu sei que você quer aquilo o tempo todo. – retrucou ela.

Ele riu.

- É preciso dois para essa dança, amor.

Ela estreitou o aperto ao redor do corpo de Draco e ergueu o queixo, depositando um beijo no pescoço dele.

- É culpa sua por ser tão atraente.

Ele sorriu.

- Me desculpe, então. – riu – Mas não é por isso que vamos visitar a Sala uma última vez. Esqueci uma coisa lá.

- O que você esqueceu lá?

- Você vai ver.

Ele freou o skate quando chegaram à parede onde a pequena porta de madeira com arabescos dourados já os aguardava.

A Sala estava exatamente como ela se lembrava no primeiro dia; até o fogo crepitando na lareira.

- Quando nos encontramos aqui você me disse que a magia sempre tem um propósito. – Hermione lembrou ao girar para encará-lo no meio da sala – Que nos encontramos aqui por uma razão.

Draco sorriu, um de seus raros sorrisos honestos, cheio de gentileza e amor inocente, puro e profundo. Ele envolveu sua cintura.

- Eu precisava de você. – admitiu ele e segurou sua mão, se abaixando no chão sobre um joelho – Eu sempre vou precisar de você, Hermione. – ele beijou o torso de sua mão e tirou do bolso uma caixinha de veludo preto.

Hermione o observava, o coração martelando no peito, os olhos úmidos de lagrimas, um sorriso tolo curvando seus lábios entreabertos conforme ele abria a caixinha para lhe mostrar a joia; um belíssimo anel de ouro branco entrelaçado com pequenas pedrinhas brilhantes encrustadas ao redor de um belo e reluzente diamante.

- Você me disse para arranjar um anel. – disse ele com um sorriso – Então, Hermione, você me daria o prazer de se casar comigo?

Hermione sentiu uma lagrima escapar e riu.

- É claro! Claro que sim!

Ele tirou o anel da caixinha e o escorregou pelo anelar direito dela, junto do anel que simbolizava aquela promessa – que agora seria cumprida.

Draco beijou sua mão e se levantou enquanto entrelaçava seus dedos aos dela.

- Eu amo você. – sussurrou, colando suas testas.

Hermione ergueu o queixo e capturou os lábios dele.

- Eu amo você, Draco. 

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