Capítulo 30

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Agora que vocês já entenderam como é que aquelas duas foram parar à carrinha, acho justo voltar-mos até lá.

"- Teve de ser. Ela não conseguia correr mais.... - começou o Berlim.

- TU DEIXAS-TE A SOFIA SER APANHADA? SÓ PORQUE ELA, QUE FOI ESFAQUEADA NÃO CONSEGUIA CORRER? - perguntou a Catarina, que já tinha tirado a máscara assim como todos os outros.

- Não fui eu a decidir. - disse o Berlim.

- Eu não acredito.... - disse o António.

- Temos de voltar para trás. - disse a Catarina.

O Berlim não respondeu. Apenas ficou sentado a pensar no que tinha acabado de acontecer. Naquela cabeça apenas estava a última imagem que ele teve antes da carrinha ter começado a ser conduzida. O meu pai abraçado a mim, enquanto eu estava caída no chão.

Quando o mesmo voltou à realidade, estava a haver uma discussão entre o Professor e todo o resto da carrinha. A Leonor apenas ia em silêncio e ele preferiu manter-se assim também.

- VÃO DEIXA-LA SOZINHA E INDEFESA? - gritava a Catarina.

- Ela está melhor onde está acredita. - dizia o Professor.

- SE FOSSE UM DE VOCÊS NÓS TINHAMOS DE ARRISCAR AS NOSSAS VIDAS PARA VOS AJUDAR! - gritou a Sara.

- NÓS JÁ ARRISCAMOS AS NOSSAS VIDAS POR VOCÊS! POR TODOS VOCÊS QUE NÃO CONSEGUIRAM SEGUIR UM PLANO BÁSICO! ESTAMOS AQUI POR VOSSA CAUSA! - gritou o Professor já irritado.

A discussão continuou até casa. O Berlim limitou-se a sair da carrinha, ignorar tudo e todos e entrar em casa para ir procurar alguma garrafa que tivesse álcool.

No entanto, a discussão continuava. Ao ponto de terem de segurar a Catarina para ela não ir para cima do Professor.

- EU NÃO VOU FICAR AQUI PARADA ENQUANTO ESTÃO COM A MINHA IRMÃ! - gritou a Catarina.

- ENTÃO TALVEZ FOSSE MELHOR TERES IDO COM ELA! - gritou o Professor.

E no meio de toda aquela confusão, algo que nunca tinha acontecido, aconteceu.

- CALEM-SE! - gritou a Leonor, surpreendendo todos. Inclusive o Professor. - Todos temos culpa. TODOS. E vocês não vão resolver absolutamente nada aqui aos berros uns com os outros. A Sofia precisa de nós sim, mas o Professor sabe o que está a fazer. E não pensem que eu não entendo o vosso lado. Porque eu juro-vos que compreendo que vocês queiram proteger a vossa amiga. Mas é a escolha certa a fazer.

Tudo ficou em silêncio a ouvir a a Leonor.

- Finn, tu culpas-te a Sofia pelo que aconteceu, sendo que ela ajudou-vos a todos a irem a um concerto... QUE ELA QUERIA. António, tu deste os bilhetes à Sofia mesmo sabendo que nenhum de vocês podia sair. Sara, tu fizes-te o plano com a Catarina e juntas fizeram chantagem para que ela ficasse a "distrair o Berlim". Berlim... tu deixaste-te enganar por causa dos teus sentimentos e... - disse a Leonor.

- Não te atrevas a meter o meu nome no meio. Se ouve alguém que fez algo de jeito fui eu. - disse o Berlim.

- O algo de jeito que fizeste foi deixa-la sozinha? - perguntou a Catarina.

- Eu não a deixei porque quis. - disse o Berlim. - Ela estava magoada e todos sabiam. E agora ela está sozinha, sabe Deus onde.

- Se ela nos denunciar... - começou o Professor.

- Ela não faria isso. - respondeu o Berlim.

- E como tens tanta certeza?

- Porque eu confio nela.

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