Capítulo 20

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- Berlim.... - sussurei.

- Sim?

- É ele? - perguntei fazendo sinal para alguém que estava atrás de mim.

Os olhos dele pararam de encarar os meus e assim que confirmaram o que eu suspeitava arregalaram-se um pouco.

- Nós temos de sair daqui o mais rápido possível. - disse o Berlim, agarrando-me na mão e guiando-me no meio de uma multidão de pessoas.

Ele olhou ao nosso redor, para garantir que nenhum polícia estava ali.

- Professor. - disse comunicando-se pelo escuta. - Nós temos de sair daqui o mais rápido possível.

O meu coração batia a uma velocidade enorme e a minha respiração estava descontrolada.

- O pai delas está aqui. - concluiu.

Provavelmente o Professor deu-lhe alguma ordem, porque ele voltou a agarrar na minha mão e fomos para a parte de trás da área vip, que não tinha absolutamente ninguém.

- Vamos ter de ficar aqui a espera de ordens do Professor. - disse ele, pousando a mochila que trazia no chão.

- Estás a ver? És o cachorrinho dele.

Ele bufou de raiva e tirou na mala uma arma.

- TU TROUXES-TE UMA PISTOLA PARA O FESTIVAL? - gritei eu.

- Fala baixo! - ordenou ele. - Tu achas que eu vinha para um sítio cheio de polícias sem uma maneira de me defender?

Na mochila dava para ver também um macacão vermelho e uma máscara de Dalí.

- Para que é isso?

- Isto vai ser o nosso plano B, caso um de nós seja apanhado.

- O Professor sabe da arma?

- Não. E não vai precisar de saber. Se a menina mimada não for dar nos dentes.

- Não me chames isso.

- Se o papá te encontrar ficas uma semana sem fazer compras?

- Se o papá me encontrar eu fujo de casa.

- Uma menina mimada e rebelde.... nem parece que no outro dia levou uma facada.

- O cachorrinho do Professor... nem parece que no outro dia quase foi apanhado pela Polícia para me proteger.

- Tu gostas-te de ser protegida. - sussurrou ele maliciosamente, aproximando-se.

- Vais mesmo começar com isso? - perguntei.

- Não queres que eu comece?

- Eu odeio-te. - disse, fazendo-o sorrir.

O Professor comunicou-se com o Berlim pelo escuta e ele disse-lhe onde estavamos.

Enquanto eles falavam eu tentei aproveitar o momento. Era o meu sonho estar ali.... porém não nestas circunstâncias. A música que estava a ser apresentada agora no palco era "Right Here" dos Chase Atlantic.

- Familiar não? - perguntou ele.

- Nem sabes quanto... - suspirei.

- Ouve.... por mim as coisas teriam corrido de uma maneira totalmente diferente... mas não deu.

Eu ia tentar dizer algo, mas naquele momento ouvimos passos a virem exatamente na nossa direção.

- Merda.... - disse eu.

- Confias em mim?

- O quê?

- Confias em mim? - repetiu.

- Devia confiar?

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