Capítulo 51

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A Reh e o Pedro subiram para o quarto e eu e o Berlim ficamos sozinhos na sala.

- Que confusão. - comentou ele. - Eu só não entendo é a Leonor... Ela quer.... Esconder as coisas.

- Talvez as queria esconder de ti. Ou de mim.

- Não faz sentido. Eu também faço parte de tudo isto.

Eu dei-lhe a mão, com a intenção de conforta-lo um pouco. Ele sorriu e eu sorri também.

- Desculpem? - perguntou a Leonor no cimo da escada.

Ele meteu-se de pé e ajudou-me também a levantar, enquanto a Leonor descia as escadas.

- O António e o Miguel estão a resolver-se, o Finn e a Sara já estão a dormir e a Catarina não quer sair do quarto. - disse a Leonor. - O vosso trabalho de Leonor e Professor está feito.

- Como assim ela não quer sair do quarto? - perguntei.

- Tem a porta trancada. E grita "NÃO QUERO FALAR" sempre que alguém lá vai bater.

- Mas... O quarto também é meu. Deixa-me tentar. - disse eu, subindo as escadas.

Bati á porta várias vezes, já que não obtinha nenhuma resposta. Apenas na última vez é que ouvi o tal grito.

- NÃO QUERO FALAR! - gritou ela.

- Não vim aqui para falar, porque isso já percebi que não queres, mas esse quarto também é meu. E eu preciso de dormir.

- Eu não vou abrir a porta.

- Não sejas assim por favor.

- Vai dormir com o teu namorado e deixa-me em paz.

Respirei fundo várias vezes para me tentar acalmar. Ela estava a ser muito infantil e eu detestava quando ela decidia ser assim.

Ouvi passos atrás de mim, eram o Berlim e a Leonor.

- Nada? - perguntou o Berlim e eu neguei com a cabeça.

Desta vez foi ele a bater a porta.

- EU NÃO VOLTO A REPETIR: NÃO QUERO FALAR, VÃO EMBORA. - gritou a Catarina.

- Isto não é um pedido Catarina, abre a porta. O quarto não é teu. - disse o Berlim.

- A tua namorada que vá dormir contigo. Eu preciso de ficar sozinha.

- Tens de me apresentar a minha namorada, porque eu não a conheço. - disse o Berlim.

Ela não respondeu. Tentamos bater mais vezes, tentamos chama-la... Mas não tivemos nenhuma resposta.

- Acho melhor deixarmos que ela fique sozinha. Pelo menos por agora. - disse eu.

- Bom... Sendo assim o único quarto com um espaço livre que não está trancado é o do Berlim. - disse a Leonor, sorrindo. - Boa noite. - e entrou para o seu quarto.

Eu e o Berlim fomos até ao quarto dele e fechamos a porta.

- Cada um na sua ponta. - disse eu.

- Como a menina quiser. - disse ele, sorrindo.

Deitei-me de costas para ele e virada para a janela. Senti que ele estava a trocar-se e esperei que acabasse para me virar para ele.

- Berlim?

- Sim?

Fui até ele e abracei-o.

- Obrigada. - sussurrei.

Voltei a ir para a minha ponta da cama e ele foi para a sua, apagando a luz.

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