Capítulo 35

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- Boa tarde menina. - disse o homem de fato, guiando-me até á minha cadeira. - não estou aqui para julga-la sim? Apenas preciso que me responda a algumas perguntas.

- Tudo bem. - disse eu limpando algumas lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos.

- Primeiramente preciso de saber o que é que contou ao seu pai. Nada do que contar saí daqui.

Eu suspirei fundo e ajeitei-me na cadeira. Eu sabia que aquilo era mentira, mas era bom alguém estar a ser minimamente simpático comigo.

- Eu tinha-lhe dito que não sabia nada sobre a minha irmã, o que não é mentira nenhuma porque eu realmente não sei onde é que ela possa estar. Também tinha dito que não sabia quem eram os autores do meu rapto.... Apenas sabia quem era o Berlim... E que ele nunca tinha feito nada de mal.

- E posso saber porque é que apenas afirmou que o primeiro não era mentira?

Eu fiquei calada e respirei fundo.

- Eu... Eu não consigo. - disse tapando a cara com as mãos. Eu já não tinha escapatória.

Respirei fundo mais uma vez e senti a mão do homem a fazer-me um pequeno carinho no braço.

- Está tudo bem. E vou apenas pedir-lhe um favor... - começou.

- Qual é?

- Fique calma.

Assim que ele diz isto o polícia tinha a arma do bolso, aponta-a na direção da única câmera de vigilância da sala e dispara. Eu obviamente encolho-me com o susto e fecho os olhos, porque realmente era a última coisa que eu estava á espera. Até que senti alguém levantar-me da cadeira, o que me fez olhar para cima.

- Berlim? - perguntei, abraçando-o no mesmo segundo.

- Eu prometi que te vinha buscar. - respondeu, abraçando-me de volta.

Ficamos ali abraçados durante algum tempo. Eu não conseguia acreditar que ele realmente estava ali.

- Já está tudo bem. - sussurrou ele ao meu ouvido, já que não o queria soltar, mas infelizmente isso não durou muito tempo.

- Berlim, temos de ir. - disse o tal homem.

- Anda. - disse-me ele, soltando-me do abraço mas segurando-me a mão.

Fui guiada para fora da sala e saímos normalmente, eu sem aljemas que me haviam sido tiradas pelo tal homem e o Berlim sem o capacete. Chegamos lá fora e estava apenas o carro vermelho que o Professor usava para, segundo ele "ir tratar de assuntos importantes".

Entrámos os 3 no carro e ficámos um pouco à espera.

- Porque é que estamos parados? - perguntei ao Berlim, que estava no lugar do condutor

- Estamos à espera de uma pessoa. - respondeu o homem que estava comigo nos bancos de trás. - e peço desculpa não me ter apresentado logo, sou o Miguel.

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