Assim que chegaram a Sara trancou a porta e a Catarina vinha com as mãos atrás das costas.
- Vocês devem estar com fogo no cu. - disse eu tentando arranjar-me melhor na cama.
- É a ansiedade para te fazer feliz. - disse a Sara sentando-se ao meu lado.
- Nós sabemos que provavelmente preferias o Berlim para cuidar de ti e te fazer feliz... mas só podemos tratar da parte do cuidar de ti. Nenhuma de nós sabe fazer em mulheres e... - começou a Catarina.
- Tu não te vais cansar disso? - interrompi eu.
- Não.
- Como te sentes? - perguntou a Sara.
- Melhor...
- Então ainda vais ficar mais. - disse a Catarina.
Ela tirou uma garrafa de vinho de trás das costas.
- Vocês estam malucas? - perguntei eu.
- Talvez. - disse a Catarina levando a garrafa, que já vinha aberta, à boca.
- Ela teve a ideia... eu apenas apoiei. - disse a Sara.
- Se ficarem bêbadas não digam que não avisei... mas agora ajudem-me a vestir o pijama.
Com alguma dificuldade, elas lá me conseguiram ajudar e vestiram os delas. Nós já nos tinhamos visto nuas várias vezes, então não tinhamos vergonha umas das outras.
Elas sentaram-se na cama a beber e eu continuei deitada.
- Ok, eu não aguento mais. - disse eu.
- Eu sabia que ias querer, podias já ter dito. - disse a Sara, estendendo-me a garrafa.
- Não é isso... é que... - comecei eu, sendo impedida pela minha insegurança.
Elas eram as pessoas que nunca me tinham deixado e apesar de serem malucas, eram as minhas malucas em quem eu confiava. Ignorei aquela insegurança e simplesmente contei tudo. A conversa com a Leonor, os bilhetes para o festival e o facto de achar que todos ficariam bem sem mim.
E eu recebi abraços, beijos e palavras que me reconfortaram bastante.
- Sem ti, quem é que cuidava de nós? - perguntou a Sara.
- E com quem é que iamos desabafar? - perguntou a Catarina.
- E quem é que ia estar lá para nos aturar mesmo nós sendo insuportáveis? - perguntou a Sara.
- E a quem é que eu ia dizer QUE EU TINHA RAZÃO? CHUPA! ESTAVA TÃO NA CARA QUE ELE GOSTA DE TI! - gritou a Catarina.
- Fala mais baixo! - disse eu.
- A pergunta é... tu gostas dele? - perguntou a Sara.
- Não sei... é tudo muito confuso.
- É exatamente isso que alguém que está apaixonado diz. - disse a Catarina.
- Mas falando em coisas melhores... nós podiamos aproveitar isso para irmos ao festival. - disse a Sara com um sorriso malicioso.
- Aproveitar o quê? - perguntou a Catarina.
- Ele gostar de mim? - perguntei eu.
- Sim! Se tu lhe pedires à mais hipóteses dele nos deixar ir. Quando estás apaixonado fazer tudo pela pessoa. - disse a Sara.
- Eu não sei... eu e ele nunca tivemos uma conversa a 100%... - disse eu. E realmente, parando para pensar a única conversa que tinhamos tido foi antes e enquanto eu estava drogada.
- Porque tu nunca puxas-te assunto e ele tem medo de estragar tudo. - disse a Catarina.
- Mas e se ele não deixar? Quer dizer eu nem sei se posso ir... olhem a minha perna. - disse eu.
Elas olharam uma para a outra. Eu nunca soube bem como é que elas pensavam... a Catarina levou outra vez a garrafa à boca e pareceu que o álcool lhe acendeu uma luz na cabeça.
- E se tu não fores? - perguntou ela.
- Meu Deus que simpática... - disse a Sara.
- É não é. Os bilhetes foram comprados para mim e não me queres levar? - perguntei eu.
- Não é isso... é que, se tu por acaso ficares em casa a "distrair" o Berlim e depois lhe disseres que queres ir talvez resulte... - disse a Catarina.
- Tu queres que ela faça sexo com ele com a perna naquele estado? - perguntou a Sara.
- Eu não vou fazer sexo com ninguém! - disse eu.
- Eu não digo sexo, mas... sei lá, atirares-te a ele ou assim. - disse a Catarina.
- Isso até podia resultar... se a Sofia tivesse a certeza de que o Berlim não é um maluco que lhe pode fazer mal! Viram o que disseram nas notícias? Ele traficava e violava mulheres! - disse a Sara.
- Ele já disse que isso era mentira, mas é melhor não arriscar mesmo. - disse a Catarina.
Naquele momento, a porta abriu. Eram o Berlim e a Leonor.
- Estás melhor? - perguntou a Leonor assim que entrou.
- Sim, obrigada. - disse eu.
- Não queres que ela te faça outra ligadura? - perguntou o Berlim.
- "Ela" tem nome e não é preciso outra ligadura. - disse a Leonor. - E também, vieste aqui fazer o quê?
- Ver se estava tudo bem. - disse ele.
- Já viste. Podes ir.
- Senhoras primeiro. - disse ele abrindo espaço para a Leonor passar.
- Tu és tão irritante. - disse a Leonor saindo do quarto.
- Tens a certeza de que está tudo bem? - perguntou o Berlim aproximando-se da cama.
- De certeza, podes ficar descansado. - disse eu sorrindo.
- Isso é...? - perguntou ele, referindo-se à garrafa que a Catarina tinha na mão.
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The Comeback
FanfictionDepois de La Casa de Papel, eles voltaram. The Comeback tem uma adaptação, The Comeback (The Revamp) que é uma versão adaptada da história, contada de perspectivas diferentes. Ambas as histórias têm personagens e contextos de La Casa de Papel, não s...