Capítulo 22

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Comecei a andar pelo festival, completamente sozinha e sem ter a mínima noção do que estava a fazer.

Pensei em como é que seria se eu fosse a Catarina e estivesse aqui. Para onde é que eu iria, o que iria fazer e com quem é que eu estaria. E apartir daí ia a todos os lugares que me lembrava.

Devem ter-se passado 2 horas e eu continuava ali sozinha à procura dela. Enquanto me perdia nos meus pensamentos e no próprio festival, ouvi chamarem o meu nome e isso acordou-me. Virei-me para onde vinha a voz e surpreendi-me com alguém a abraçar-me. Quando reparei quem era, devolvi o abraço.

- Sofia.

- Reh.

- Onde é que estavas? Todos nós ficamos preocupados! Sabes dos outros? - perguntou ela.

- Está tudo bem com eles e comigo, não te preocupes com isso.... quer dizer.... eles com exceção da Catarina....

E no meio de todo o desespero eu contei-lhe tudo, desde o dia do bar até agora.

- Eu preciso de a escontrar... - disse eu com um nó gigante na garganta e na tentativa de não chorar.

- Nós vamos encontra-la... apenas dizemos à polícia e...

- Não. A polícia não. - suspirei. - Eu preciso de beber.

Ela sorriu para mim e guiou-me pela multidão até um dos locais onde estavam a vender as bebidas. O empregado olhou para ambas de cima a baixo e ofereceu-nos várias bebidas.

Apenas bebi uma para tentar acalmar todos os nervos que sentia, mas não podia negar que a maneira como aquele empregado tinha olhado para nós era mais que suspeita.

- Tu literalmente foste raptada. - disse a Reh.

Eu apenas soube suspirar. Tinhamos sido facilmente enganados por algo que nem sequer era material, porque apesar do dinheiro, absolutamente nada nos foi mostrado para ser garantido.

- Podes ficar na minha casa. Ficas lá até tudo se acalmar. Foges do teu pai e desses malucos. - completou a Reh.

- Não.... não posso.... não sem a Catarina.

- Desculpem, princesas? - perguntou o empregado carregando um olhar cheio de segundas intenções, atraindo a nossa atenção. Modestia à parte obviamente.

Só que de repende a expressão dele mudou completamente. Algo atrás de nos fez com que o homem a nossa frente tivesse praticamente escrito na testa uma carta de perdão por ter nascido.

O que nos fez a ambas também olhar para trás para ver o que poderia ter causado aquela reação.

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