Capítulo 54

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Ninguém fez nenhum comentário sobre a Catarina ter descido, provavelmente estavam todos mais preocupados com os seus próprios problemas.

- Vamos ter de começar a fazer missões. - disse a Leonor. - e o mais rápido possível.

- Podíamos fazer uma hoje, se eles cá estivessem. - disse o Professor, que continuava irritado.

- Na verdade... Nós temos missões para fazer. - disse a Reh, mostrando o seu papel.

A Leonor olhou para ela com um olhar bastante ameaçador, mas a Reh não se deixou abalar por isso.

- Acho que todos concordamos que o Berlim e a Sofia não são um Professor e uma Leonor muito bons.... - começou a Reh e todos concordaram. - por isso... Acho justo algumas pessoas comprirem as suas missões, para termos os nossos Professor e Leonor de volta.

O Professor olhou para a Leonor que olhava para o chão. A Reh fez sinal a todos, e não tardou para que já não sobrasse ninguém se não eles os dois.

A Leonor encostou-se a mesa e ficou de braços cruzados, ainda a olhar para o chão. Já o Professor estava no meio da divisão em pé, com a respiração um pouco desregulada e sem saber bem o que dizer.

- Tu sabes que eu não gosto dela. - comentou a Leonor.

- Eu sei. Mas não achei necessário teres lutado com ela. O plano... - começou o Professor.

- O plano. É tudo o plano. Parece que apenas te importas com isso.

- Claro que me importo com isso, é a única maneira de sairmos daqui e termos a vida que sempre quisermos.

- O plano não está a dar certo Sérgio.

- Não está agora. Mas assim que tivermos tudo em ordem vai estar.

- Não. Não vai. E tu sabes que não vai.

- Porque é que estás a ser assim agora?

- Eu e o teu irmão já encaramos essa realidade. Estamos a tentar seguir a nossa vida com o que temos e o que podemos dar. E já metemos toda esta gente aqui. Não podemos voltar atrás e não podemos seguir o plano.

- Então o que pretendes fazer? Assaltar lojas aleatoriamente? Ir entregar-te a polícia? Eu juro que não te entendo às vezes Leonor.

- Eu não te estou a pedir que faças algo que não nos vai ajudar! Apenas te peço para que pares de querer seguir tudo exatamente como planeaste.

- Então estás a dizer para tomar-mos o rumo que o destino nos levar? É isso?

- Sim Sérgio. Mas com alguma cabeça sempre. De certeza que o Andrés não levou a Sofia para passear na esquadra da polícia!

- Eu achava que estavas do meu lado...

- E eu estou. Eu juro que estou. Mas tens de entender o meu lado também. Fica muito complicado ver-te preocupado 24/7 com o plano! E a única vez que finalmente tiraste tempo para nós, foi interrompida por aquela inspetora! - disse a Leonor levantando um pouco a voz e com algumas lágrimas a insistirem cair dos seus olhos.

Ela tentou acalmar-se, mas isso não resultou. A Leonor acabou por começar a chorar bastante e levou a mão a cara. Não demorou muito para ela sentir um abraço do Professor e rapidamente o abraçou de volta, como se a sua vida dependesse disso.

- Desculpa... - disse o Professor. - Não chores por favor. Eu odeio que chores.

A Leonor odiava mostrar o seu lado mais sensível, mas ali, em frente a ele, não deu para fingir que estava tudo bem. Demorou um pouco, mas finalmente se acalmou.

- Sérgio... Eu nem sequer tenho a certeza se vamos sair daqui vivos. Nem eu nem tu sabemos. E talvez tenha sido arriscado colocar-mos todas estas pessoas no mesmo buraco que nós. Estamos todos perdidos. - disse a Leonor, ainda estando abraçada ao Professor.

- Talvez tenhas razão... Mas já não podemos fazer nada. Não temos nenhuma escolha.

- Então acho que não temos de lhes esconder isso. Não dá para sermos fortes o tempo todo... E fingirmos que sabemos o que estamos a fazer.

O Professor concordou, acenando com a cabeça e encostando a sua testa a testa da Leonor.

- Desculpa. - disse a Leonor, acariciando o cabelo do Professor.

- Não... Desculpa-me tu.

- Ambos erramos bastante mal agora...

- Tal como todas as pessoas que cá estão.

Eles sorriram um para o outro e beijaram-se. Por bastante tempo e como se o mundo fosse acabar em segundos. Eles gostavam muito um do outro e isso dava para perceber... Simplesmente não conseguiam ficar zangados por muito tempo. 

The ComebackOnde histórias criam vida. Descubra agora