Capítulo 61

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Eu não conseguia esconder o quão nervosa estava. Sinceramente, nem deveria estar assim, porque, afinal, estávamos realmente a falar do Berlim. E provavelmente vocês estão a pensar... Não há o porquê de eu ter medo de que algo lhe acontecesse. E não tinha. Eu tinha medo de não o voltar a ver. De não poder mais ficar chateada com ele, de não poder mais tê-lo ao meu lado, de não poder mais tê-lo a proteger-me...

Mas tecnicamente, a culpa foi toda dele. Dele, da Leonor e do Professor. Isto é o que dá fazerem planos sem nos consultarem.

E sim, tecnicamente já aconteceu a situação ao contrário, mas ainda assim, é a liberdade de muita gente que estava em risco.

- A Leonor consegue fazer corta mato e chegar antes da carrinha do Berlim. Isso vai dar-nos tempo. - disse o Professor.

- Tempo de fazer o quê? - perguntou a Reh.

- De nos infiltrar-mos.

Enquanto nós íamos a caminho, a Leonor realmente já tinha chegado ao tribunal. Na verdade, tinha chegado a umas estradas antes. Não podia simplesmente aparecer á porta do tribunal á espera de um criminoso.

A Catarina fingiu ser polícia sinaleira, e foi para o meio da estrada dar indicações aos carros, que não precisavam delas. De vez em quando, parava algumas pessoas para fazer perguntas básicas e sem nenhum interesse, criando assim trânsito e consequentemente, prendendo lá a carrinha onde estava o Berlim.

Nesse meio tempo, conseguimos chegar ao tribunal. Os homens que iam connosco foram os primeiros a sair, e não demoraram muito a ameaçar alguns polícias que estavam ali perto, de certeza á espera do Berlim. Fizeram os polícias entrar na carrinha, e esta era a parte onde nós entravamos. Eu e a Reh, juntamente com os restantes homens, assumimos as posições dos policias.

O Professor usou um escuta para comunicar a Leonor que nós já estávamos prontos e assim a Catarina saiu de onde estava, deixando os carros passar normalmente e aliviando o trânsito.

O Professor e o Palermo deram-nos escutas e saíram dali com a carrinha. Iriam ter com a Leonor e com os restantes e ajudar-nos no que fosse necessário.

Não demorou muito até que a carrinha do Berlim chegasse. Todos os policias saíram da mesma e rodeavam o Berlim.

- Controla-te agora. - sussurrou a Reh.

Eles vieram até ao nosso encontro.

- Desculpem a demora. Foi o trânsito. - disse um dos polícias.

- O que interessa é que ele agora está entregue. - disse a Reh.

Fizeram o Berlim dar alguns passos em frente. Agora ele estava entre eu e a Reh. Os restantes homens cercaram-no e fomos até a entrada do tribunal. Lá deram-nos ordens para aguardarmos no 6° piso, porque a juíza tinha tido alguns problemas e estava atrasada.

E no meio disto tudo, eu já sentia o olhar dele sobre mim. Já sabia que ele sabia que eu estava ali, desta vez para o salvar a ele.

Entramos no elevador e a porta fechou. Olhei para todos os lados á procura de alguma câmera de segurança ou algo do tipo.

- Não há nenhuma câmera de segurança. - disse o Berlim, parecendo ler os meus pensamentos.

Eu virei-me para ele e comecei a bater-lhe no peito, chamando-o de todos os nomes possíveis e imagináveis.

- Eu sabia que não te ias controlar. - disse a Reh.

- Seu filho da puta, deixaste-me assustada naquele dia! - disse eu.

- Fazia parte do plano. - disse o Berlim.

- IRES PRESO?

- Bom... Isso não. Mas tecnicamente eu ainda não fui preso.

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