Capítulo 26

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Eu e o Berlim fomos esconder-nos atrás das tais barraquinhas de comida.

- O que é que vamos fazer? - perguntei eu, a começar a entrar em pânico.

- Tu ficas aqui quietinha. Eu vou ajudar os outros.

Então o meu palpite estava certo. Eram eles.

- Não... eu não posso ficar aqui sozinha.

- Tens medo, meu amor? - perguntou ele.

Não lhe respondi. Não estava com paciência para o aturar agora.

- Ouve... eu não deixo que ninguém chegue perto sim? Mas tens de ficar quieta. Nós não te vamos deixar aqui sozinha, mas tens de....

- Fazer o que tu me dizes. Sim, já entendi.

Ele levantou-se e não demorou muito até começar a disparar também.

A minha respiração estava descontrolada e eu não me conseguia acalmar, mas senti uma vontade enorme de espreitar para ver como estava a situação.

Espreitei e vi 8 pessoas com macacões vermelhos a trocarem os tiros com a polícia. O que não fazia sentido porque... a Leonor, uma, o Professor, dois, o Berlim, três, a Sara, quatro, o Finn, cinco, o António, seis.... se eu estava ali... significava que estavam lá duas outras pessoas. E se o pouco de esperança que eu tinha estivesse certo e uma delas fosse a Catarina.... alguém novo tinha entrado.

Enquanto eu tentava perceber quem poderia ser a outra pessoa de macacão, as balas iam acabando dos dois lados. Um dos polícias tinha sido ferido e outros 2 estavam a leva-lo dali.

Só que infelizmente, enquanto o faziam, viram-me. A refém, filha do chefe da polícia, ali com medo do que lhe podia acontecer e sozinha. Não havia maneira melhor de mostrar o teu valor do que salvares alguém naquele estado.

O problema é que eu não queria ser salva. Então quando eles começaram a aproximar-se, eu andei para trás, ainda protegida do tiroteiro pelas barraquinhas.

- Vem connosco. Já não há ninguém que te faça mal. - disse uma polícia estendendo-me a mão.

- Nós protegemos-te. - disse o polícia que a acompanhava.

Eu não sabia o que fazer nem dizer. Não podia dizer que não queria ajuda, mas também não podia correr dali.

Pela primeira vez perguntei-me porque é que não fiz o que o Berlim me tinha dito.

Já tinha chegado à outra ponta das barraquinhas e eles continuavam ali.

- Não tenhas medo. - disse a polícia.

Eu tinha chegado ao fim da linha. Não havia mais nada que pudesse fazer. Estiquei a mão até à da polícia e ela ajudou-me a levantar.

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