Capítulo 6

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Passaram-se 3 dias desde que tínhamos acordado ficar do lado deles. Graças à Leonor todos tinhamos roupas suficientes para usar-mos, havia comida e os quartos até eram confortáveis.

Eu tinha acabado de acordar, levantei-me e fui escolher a roupa que ia usar naquele dia, já que provavelmente alguém estaria a usar as casas de banho. A casa tinha um primeiro andar, que era onde ficavam os quartos. Neste primeiro andar haviam duas casas de banho que eram usadas por todos nós e uma no quarto onde dormiram a Leonor e o Professor, que era apenas para eles. Uma das casas de banho era usada por nós, raparigas e a outra era usada pelos rapazes, apesar do Berlim ter um pouco mais de prioridade. Até aí eu não me importaria, se a Catarina e a Sara não demorassem tanto tempo na casa de banho. Elas metem-se a dançar em frente ao espelho, a tomar banhos de 2 horas, secar e hidratar o cabelo e dou graças a Deus por não terem aqui a maquiagem.

Sentei-me na cama e fiquei um pouco à espera, sem literalmente nada para fazer. Os telemóveis também nos tinham sido tirados, já que qualquer um podia facilmente localizalos.

Depois da espera de 5 minutos que eu lhes dava, levantei-me e quando me ia dirigir à porta, ela abre revelando o Finn.

- Da próxima vez bate. - disse eu aproximando-me, já que me queria despachar.

- Estou com pressa, não tenho muito tempo para lidar com as tuas reclamações. - disse ele. - mas a Sara pediu para de avisar que foi agora para a casa de banho.

- Tu és mesmo querido sabias? - disse eu irônica.

- Eu sei que sou. - disse ele, começando a fechar de novo a porta.

- Diz à Sara para tomar no cu. - disse eu voltando a sentar-me.

Depois de conseguir ir à casa de banho e de me preparar desci as escadas e fui até a cozinha.

- Bom dia. - disse eu encontrando o António pelo caminho.

- Tu a dizeres bom dia? Estás bem? - perguntou ele.

- Tu és tão engraçado. - disse eu, mais uma vez irônica.

De manhã eu ficava de mau humor, então o mínimo ato de bondade que eu tinha era um milagre.

Depois de muito tempo, todos estavam sentados à mesa e a comer.

- Finn, disseste o que eu te mandei? - perguntei eu.

- O que é que tu mandas-te ele dizer? - perguntou a Sara.

- A Sofia mandou-te ir tomar no cu. - disse o Finn como se aquilo fosse normal.

- Eu não aguento mais esperar por vocês as duas! - disse eu para a Catarina e para a Sara.

- Tu podes entrar quando quiseres, já me viste nua. - disse a Catarina.

- Então estas a convidar-me para tomar banho contigo é? - perguntei.

- Também, vamos com calma né. - disse a Catarina a rir-se. - Já há aqui pessoas a quererem tomar banho contigo e eu não vou roubar o lugar de ninguém.

- Catarina... - comecei eu. - vai tomar no cu tu também.

- Amanhã vocês vão fazer o vosso primeiro assalto. - disse o Professor, deixando-nos confusos.

- Assalto? Ninguém disse que nós iamos ter de fazer um assalto. - disse o António.

- Eu ainda não vos posso contar o plano todo mas... vocês vão ter de começar a fazer barulho. E preparem-se: este vai ser o primeiro de muitos. - disse o Professor.

- Nós mal sabemos cozinhar, quanto mais segurar uma arma. - disse a Catarina.

- Ninguém disse que vos iamos dar uma arma. - disse o Berlim.

Eu segurei o riso, olhei para a Catarina e coloquei a mão no peito.

- Não fizes-te bem ontem a noite, agora ele está de mau humor. - sussorou ela.

A minha vontade era de lhe dar uma chapada, mas eu sou uma boa irmã e ótima pessoa......... e ela estava afastada de mim.

- E isto vai ser um teste de confiança para vocês. - disse a Leonor.

- Mas o Berlim vai convosco, de qualquer das maneiras. - disse o Professor.

- Mas logo à tarde falaremos disso melhor. Sofia, é a nossa vez de lavar a louça. - disse a Leonor levantando-se e pegando nos pratos.

Eu fiz exatamente o mesmo que ela e quando me dei conta, já só estavamos nós sozinhas. Tudo estava em silêncio total até que ela decidiu puxar assunto.

- Eu ouvi. - disse a Leonor.

- Ouvis-te o quê? - perguntei confusa.

- O que a Catarina disse sobre tu e o Berlim. - disse ela.

- A Catarina acha que eu e ele temos alguma coisa. - disse eu começando a passar os pratos por água.

- E o que é que tu achas disso? - perguntou a Leonor, pegando no prato que eu tinha acabado de lavar e secando.

- Acho que é fruto da imaginação dela.

- Porque achas isso?

- Porque o Berlim drogou-me e trouxe-me para aqui? - perguntei eu tentando parecer óbvia.

- Ele não teve escolha... mas é justo.

- Como assim ele não teve escolha?

- Ele foi obrigado. Foi melhor estares drogada do que te-lo visto a apontar-te uma pistola aos rins.

- Mas porquê eu?

- Tu és a filhinha de ouro do papá.

- Eu? Vocês devem ter-se confundido.

- Tu tinhas 30 chamadas não atendidas dele no teu telemóvel. A tua irmã 2.

- Mas porque é que...

- Já são muitas perguntas... mas eu acho que devias pensar sobre isso do Berlim.

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