Capítulo 25

92 8 1
                                    

Senti o meu corpo tremer. Ele andou para a frente até ter sido visto por algumas pessoas, que começaram a correr e a gritar, causando um pânico geral por todo o festival.

A polícia não demorou muito para aparecer e na linha da frente estava o meu pai.

- Largue-a imediatamente. - ordenou o meu pai, apontando-nos uma arma.

Ouvi um riso do Berlim. Estavam uns 10 polícias à nossa volta, todos armados e a prestar atenção a cada mínimo movimento, enquanto que outros estavam a tentar tirar as pessoas dali.

- Larga-la não está nos meus planos. - disse o Berlim. - ainda por cima sendo ela....

O Berlim tirou a peruca que eu usava até ali para me disfarçar.

- Sofia. Meu amor, vai ficar tudo bem sim? Tem calma. - disse o meu pai, fingindo que se importava, com uma cara de espanto.

Fechei os olhos e tentei controlar o que estava a sentir. Eu estava com medo. Medo do que podia ter acontecido à Catarina. Medo do que podia acontecer se aqueles polícias decidicem disparar. Medo de ser apanhada. E medo do Berlim realmente disparar a arma que apontava para a minha cabeça.

- Não acho justo dizer para ela ter calma. Quer dizer... eu é que tenho estas armas todas apontadas e é ela que tem de ter calma? - perguntou o Berlim. Ele realmente estava a fazer isto?

- Andrés... - disse o meu pai.

- Estava a ver que não adivinhavas. - disse o Berlim tirando a máscara. - as tuas filhas estão bem hum.... depois de tantos anos. Finalmente têm idade suficiente para eu aproveitar.

Eu senti-me corar depois de ouvir aquilo. Como assim "idade suficiente" para ele aproveitar? E como assim "depois de tantos anos"?

A expressão zangada do meu pai dava a entender que se dependesse dele já estava em cima do Berlim.

- Afasta-te dela. - voltou a ordenar o meu pai.

- Se não o quê? Matas-me? Ou prendes-me? Que previsível. - ironizou o Berlim.

- Isto não é um jogo. - disse o polícia ao lado do meu pai.

- Têm razão. Seria injusto eu jogar contra vocês... eu ganharia facilmente.

- Berlim.... - sussurrei. O medo que eu sentia era gigante.

- Vocês gostam de magia? Vamos fazer magia. Temos o mágico, a ajudante do mágico.... e quem quer ser o coelhinho? - ironizou o Berlim mais uma vez.

- Larga-a. - disse o meu pai, já com a voz alterada.

- Sofia, podes contar até 5 por favor? Como ajudante, tens de fazer algo não é? - perguntou o Berlim.

Eu engoli a seco. Como é que ele conseguia estar tão calmo?

- Vá conta... não tenhas medo. Eu mordo, mas apenas noutras alturas.

- Um.... dois.... três... - comecei, lutando contra o meu medo.

Mas não foi necessário acabar, porque o Berlim puxou-me para trás dele e começou uma troca de tiros.

Todos os policias viraram-se para trás e começaram a disparar de volta. Eu não conseguia entender quem estava a disparar, mas tinha um palpite.

The ComebackOnde histórias criam vida. Descubra agora