Capítulo 37

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- Eu não lhe ligo porque provavelmente foi a Catarina que lhe meteu isso na cabeça e há muitos mais quartos e pessoas com quem eu posso partilhar. - disse eu.

- Não foi isso que eu ouvi á bocado... - comentou o Berlim, o que me fez corar.

Sim, talvez eu tenha dito que preferia beijar ou fazer outras coisas com o Berlim do que olhar para o meu pai, mas ele não precisava de comentar sobre isso.

- Corou, perdeu o argumento. - disse o Miguel.

- A Catarina disse que era para eu vos shippar mas nunca achei que fosse assim tão sério. - disse a Reh.

- Nem vou comentar. - disse eu.

- Estás a falar muito mas tu também me usas-te para que os teus amigos fossem ao concerto. - disse o Berlim.

- Sim fofinho, mas tu aceitas-te e que eu me lembre nessa noite até ficamos a descobrir umas coisinhas não é... - comecei.

- Falamos melhor quando chegarmos fofinha. - disse o Berlim sorrindo.

- Meu Deus eu sou muito vela. - comentou a Reh levando uma chapada atrás da cabeça.

- E tu Miguel... Como vieste aqui parar? - perguntei fugindo daquele assunto.

- Eu já conhecia o Professor.... Ajudei bastante na parte dos hacks para obterem informações... Por isso sabíamos onde é que vocês estavam naquela noite. - respondeu ele.

- As localizações dos nossos telemóveis... - comentei. - inclusive, quando é que eu posso ter o meu de volta?

- Nunca. - respondeu o Berlim.

- Porquê? - perguntei fingindo uma voz triste.

- Porque assim como ele fez, a polícia pode localizar-te.

- Então o que fizeste com o meu telemóvel?

- Deitei fora. Assim como todos os outros.

- EU PAGUEI CARO NAQUILO!

- Felizmente tenho uma cópia de todos os telemóveis no meu computador. - comentou o Miguel.

- TU TENS O QUÊ? - perguntei.

- Ui.... O que é que lá tinhas? - perguntou a Reh.

- As minhas conversas.... AQUELAS CONVERSAS! Com o..... - comecei e nem tive de dizer mais, porque ela começou a rir.

- NÃO TEM GRAÇA! - disse eu revoltada.

- Que conversas? - perguntou o Berlim.

- Não te interessa. - disse eu.

- Umas conversas aí com um amiguinho dela... - começou a Reh.

- Já sei quais são. - disse o Miguel.

Tapei a minha cara com as mãos do nível de vergonha que sentia. Felizmente eu já conhecia aquele caminho, a casa não ia estar muito longe. Finalmente eu ia estar de volta.

O meu coração estava quase a sair-me pela boca quando vi a casa mesmo á nossa frente... E principalmente quem estava em frente a ela à minha espera.

Assim que o Berlim parou o carro eu saí e corri para abraçar a Catarina, que fez o mesmo.

- Nunca mais na tua vida me faças isto. - digo.

- Não prometo nada. - disse ela.

Cumprimentei todos. As minhas saudades eram enormes. Mas chegou a vez do Professor. Fiquei parada em frente a ele porque não sabia o que fazer.

- Acho que... Nós os dois começámos errado um com o outro. - disse ele.

- Também acho.

- Desculpa ter mandado o Berlim deixar-te para trás. Eu estava irritado.... E não pensei.

- Desculpa não ter seguido as regras. Eu devia ter ouvido desde o início...

Ele esticou-me a mão e eu apertei-a, sorrindo.

- Bom... Mas por mais que eu esteja com saudades vossas... Eu estou a morrer de fome, não comi o dia inteiro. - disse eu.

- Sabes onde é a cozinha... E acho que é melhor depois disso todos irmos para a sala. Temos vários assuntos para tratar. - disse a Leonor.

Fui até a cozinha e fiz uma sandes, apenas para ir para a sala... Realmente tínhamos muito que falar.

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